Pastoreio #36

Romanos – Salvação e Vida Cristã

O nosso objetivo com os pastoreios que realizaremos ao longo de – 2017 Vivendo a Prática Pastoral – é resgatar o sentimento, comportamento e dedicação pastoral que podemos observar na vida do apóstolo Paulo, ele preocupou-se com a Igreja em Roma, instruiu, manteve contato a comunidade cristã formada por judeus e gentios.

Nós precisamos como apascentadores do rebanho de Deus assumir essa responsabilidade, não nos esquivando de dar as devidas instruções bíblicas, ter o cuidado com as pessoas que abraçam a fé cristã e anunciar o evangelho de Jesus Cristo para os que ainda não foram alcançados pelo Senhor.

Ser pastor, apascentador não pode ser encarado como um status pomposo, uma personagem do meio artístico, showman ou “guru” espiritual. Precisamos ser bíblicos para que sejamos relevantes para nós , para nossa casa, para a igreja e para a sociedade de modo geral.

O apóstolo Paulo escreveu a um público predominantemente gentio (Rm. 1.13). O seu principal interesse , ao escrever a epístola aos Romanos, era educar os crentes nas doutrinas básicas relativas à salvação (caps.1-8) e ajudá-los a compreender a descrença dos judeus e como os gentios se beneficiaram dela (caps.9-11). Ele também explicou princípios gerais da vida cristã, que desejava que eles compreendessem e pusessem em prática (Rm. 12.1 -15.13).
Fonte: Bíblia de Estudo Palavras Chave – Hebraico –Grego, Ed. CPAD, p. 1177.

A cidade de Roma atraía pessoas de todo o império, os crentes eram compostos inicialmente pelos judeus que creram em Jesus, mas também de muitos gentios que atraídos ao judaísmo estavam ligados as sinagogas e que creram no evangelho. Quando Paulo escreveu aos Romanos, as igreja que se reuniam em casas estavam assumindo um caráter cada vez mais gentio.
Fonte: Comentário Bíblico Pentecostal, Novo Testamento, French L. Arrington, Roger Stronstad, Ed. CPAD, p.809-813.

Sugere-se que os grupos cristãos localizados em Roma eram compostos por mais judeus, outros por mais gentios e alguns heterogêneos, assim se diferenciavam do público das sinagogas composto tradicionalmente por judeus. Entre outras coisas Paulo estava consciente de que a carta seria lida não para uma única e enorme assembléia de cristãos ( independentemente de qualquer outra coisa, tal assembléia seria perigosa demais para uma capital imperial sensível a reuniões não autorizadas), mas repetidamente às diversas Igrejas domiciliares, onde aspectos diferentes de sua exposição repercutiriam com força diferente em congregações diferentes. Isso ajudaria a explicar a combinação de ensino geral e exortação específica que é uma característica da carta.
Fonte: Dicionário de Paulo e suas cartas, Gerald F. Hawthorne, Ralph P. Martin, Daniel G. Reid, Ed. Vida Nova, Ed. Paulus, Ed. Loyola, p. 1101.

SALVAÇÃO

A lei não conseguia justificar ou salvar os homens, pois todos pecavam e era praticamente impossível atender a justiça requerida pela lei.

As exigências da lei eram justas, a lei era boa, mas requerer algo é uma coisa, praticar o que se requer é outra bem diferente. Sem Jesus, a graça de Deus, a lei produziria muitos condenados, morte eterna, deliberaria várias penalidades e não salvaria ninguém.

O próprio apóstolo tinha em mente a lei do Espírito de vida, mas na carne operava a lei do pecado.

Romanos 7.15-16
Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa.
(Bíblia utilizada: Almeida Corrigida e Revisada Fiel)

…conseguiríamos sozinhos?

Agostinho fala da ajuda indispensável, graça de Deus, para justificar e salvar as pessoas.

“Laborar e correr me manda a Lei, contudo, não me dá nem pés nem mãos. Mas o Evangelho traz melhores novas. Convida-me a voar, e asas me dá.”
Autor: Agostinho – “A graça foi dada – para que se cumprisse a lei.”

A lei pedia a santificação, dava parâmetros sobre como se santificar, mas não produzia a santificação. A lei apenas mostrava como deveriam se santificar, esperando que os homens praticassem tais santificações.

O nascimento de Jesus, a graça de Deus, abre uma nova perspectiva, através da boa vontade do Senhor em perdoar o que não merecia perdão. Enviou o seu Único Filho Jesus Cristo para tomar o nosso lugar na cruz, e pela fé Nele livrar o homem da segunda morte, da condenação eterna.

Alguns acreditam serem capazes de gerar a própria salvação, talvez as nossas convicções, certezas sobre sermos salvos está de forma equivocada alicerçada na quantidade ou qualidade de serviços que prestamos para Deus em sua obra.

Será que achamos que merecemos ou podemos ser salvos por mérito nosso?

A promessa de salvação, e a própria salvação não veio por produção ou vontade humana, mas por bondade e graça de Deus como podemos constatar na escrita abaixo.

O Messias profetizado no Antigo Testamento:

Romanos 1.1-2
O qual antes prometeu pelos seus profetas nas santas escrituras, acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo à carne.
(Bíblia utilizada: Almeida Corrigida e Revisada Fiel)

O Messias profetizado no Novo Testamento:

Romanos 1.3-4
Acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne, declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dentre os mortos, Jesus Cristo, nosso Senhor.
(Bíblia utilizada: Almeida Corrigida e Revisada Fiel)

O apóstolo Paulo apresenta Cristo como Judeu para confirmar a fidelidade de Deus aos judeus, e também para abrir a porta da graça e da fé aos gentios em cumprimento do propósito maior de Deus.

Romanos 15.7-13
Portanto recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu para glória de Deus. Digo, pois, que Jesus Cristo foi ministro da circuncisão, por causa da verdade de Deus, para que confirmasse as promessas feitas aos pais; E para que os gentios glorifiquem a Deus pela sua misericórdia, como está escrito: Portanto eu te louvarei entre os gentios, E cantarei ao teu nome. E outra vez diz: Alegrai-vos, gentios, com o seu povo. E outra vez: Louvai ao Senhor, todos os gentios, E celebrai-o todos os povos. Outra vez diz Isaías: Uma raiz em Jessé haverá, E naquele que se levantar para reger os gentios, Os gentios esperarão. Ora o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz em crença, para que abundeis em esperança pela virtude do Espírito Santo.
(Bíblia utilizada: Almeida Corrigida e Revisada Fiel)

A salvação proposta por Deus em Cristo Jesus, se estende para todo aquele que Nele crê. Não somente os da circuncisão, judeus, mas os da incircuncisão, gentios, podem pela fé no Filho de Deus serem salvos, livres do dano da segunda morte.

Efésios 2.7-9
Para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.
(Bíblia utilizada: Almeida Corrigida e Revisada Fiel)

A palavra salvação no grego “soteria” significa libertação, e é uma palavra bastante abrangente, que envolve mais do que absolvição ou perdão, em Ef. 2.01 fala de libertação da morte pelo pecado.

A palavra graça no grego “charis” representa a iniciativa misericordiosa e cheia de amor que Deus nos oferece para proporcionar a salvação através de Cristo, como uma dádiva gratuita.

A palavra fé no grego “pistis” representa nossa resposta à graça de Deus, uma resposta que foi possível pela graça, através da qual recebemos a dádiva gratuita de Deus, que é a salvação em Cristo. Fé significa crer firmemente e confiar humildemente em Cristo como nosso Redentor e Libertador.

A fé verdadeira inclui os frutos do arrependimento e se manifesta visivelmente em uma vida de obediência a Cristo Jesus como Senhor.
Fonte: Comentário Bíblico Pentecostal, Novo Testamento, French L. Arrington, Roger Stronstad, Ed. CPAD, p.1216.

A epístola aos Romanos do capítulo primeiro ao quinto revela o cuidado de Paulo em instruir a igreja acerca das doutrinas cristãs combatendo os judaizantes que tentavam distorcer o ensino de Jesus introduzindo na igreja ensinos como, a salvação através das obras da lei, as formalidades e prática dos ritos e cerimoniais judaicos.

Romanos 3.20-24
Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado. Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas; Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.
(Bíblia utilizada: Almeida Corrigida e Revisada Fiel)
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É inadmissível atrelar a salvação das pessoas a pedidos de ofertas, “indulgências”, a um cumprimento ritualístico, ao pertencer a uma denominação, ser de determinado grupo ou outras condições impostas pelos homens como se fossem “representantes de Deus” paridores da salvação.

Os nossos julgamentos ou achismos sobre quem será ou não salvo são mesquinhos, impotentes e sem base bíblica. O Senhor Jesus é o favor de Deus para salvar a todos aqueles que Nele crer.

Não podemos imaginar que somente os evangélicos serão salvos, o Senhor através da sua graça pode alcançar qualquer pessoa, através da fé em Jesus Cristo, assim como os judeus tinham uma visão segmentarista sobre a vinda do Messias e a salvação, entretanto Deus rompeu a “cerca do quintal” judaico e rompe nos dias de hoje outras “cercas de quintais” alcançando cada vez mais pessoas com o seu amor e graça.

Achar que Deus não quer salvar a todos é no mínimo uma visão mesquinha acerca do amor do Senhor, através da fé em Cristo todos podem ser salvos. Nós não podemos criar entraves, dificuldades baseadas em nossas ideologias, usos e costumes, tradições segmentarismo ou institucionalizações, impedindo o pecador de ter o encontro com Jesus Cristo.

Romanos 1.16
Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego.
(Bíblia utilizada: Almeida Corrigida e Revisada Fiel)

Romanos 5.6-10
Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.
(Bíblia utilizada: Almeida Corrigida e Revisada Fiel)

Vida Cristã

Pela lei não seriamos salvos, mas agora pela fé em Cristo somos perdoados, Ele nos justifica, nos ajuda e nos possibilita alcançar a vida eterna. O fato de Jesus ter sido crucificado em nosso lugar propiciando o perdão e nos purificando com o seu sangue não nos dá liberdade para vivermos uma vida em pecado.
Romanos 6.11-18
Assim também vós considerai-vos certamente mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniqüidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça. Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça. Pois que? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum. Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça? Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues. E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.
(Bíblia utilizada: Almeida Corrigida e Revisada Fiel)

Em Romanos 8.1-3, antes o pecador estava condenado por causa do pecado, mas agora, Deus em Cristo condena o próprio pecado (tirando a força para a penalização que a lei lhe emprestava), todo pecador que crer em Jesus Cristo (Cordeiro de Deus – João 1.36), arrependendo-se, confessando e deixando o pecado é perdoado, livre da penalização (morte eterna).

No mesmo terreno em que o pecado antes exercia o seu domínio – a carne – agora se faz presente um novo Rei, a saber, o Espírito Santo. Através dessa substituição de domínio o pecado é deposto da carne, e a carne (a natureza humana) se torna sujeita ao governo divino.

Como crentes em Jesus precisamos ter a consciência e conduta de modo a valorizar a graça de Deus, entretanto se pecarmos temos em Jesus – graça de Deus – a vantagem do perdão para um novo começo.

1 João 2.1-6
Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo. E nisto sabemos que o conhecemos: se guardarmos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade. Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele. Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou.
(Bíblia utilizada: Almeida Corrigida e Revisada Fiel)

Na profecia de Ezequiel o Senhor já planejava habitar nas pessoas, ajudando-os a praticarem a santificação. O Espírito Santo produz Seu fruto na vida dos crentes, o ser humano imperfeito, pecador tinha somente a escrita da lei dizendo faça assim, mas agora na graça, temos o próprio Deus habitando ( 1 Co. 3.16) em nós e nos ajudando.

Ezequiel 36.26-27
E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis.
(Bíblia utilizada: Almeida Corrigida e Revisada Fiel)
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Conscientes que ser perdoado, santificado e salvo foram ações benignas e misericordiosas de Deus para com o ser humano, para nós, penso que precisamos valorizar o sacrifício de Jesus, o amor de Deus por nós, amor esse que não conseguimos explicar.

Na leitura de Romanos percebe-se que o Pai celeste nos cercou de todas as formas para que através da fé em Jesus pudéssemos alcançar as promessas divinas, para que pudéssemos voltar para Ele.

Como pastores que possamos pregar, ensinar mais sobre o privilégio de ter em Cristo uma nova oportunidade (graça de Deus), ao invés de ouvir morra, podemos ouvir vá e não peques mais.

Tito 3.2-7
Que a ninguém infamem, nem sejam contenciosos, mas modestos, mostrando toda a mansidão para com todos os homens. Porque também nós éramos noutro tempo insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros. Mas quando apareceu a benignidade e amor de Deus, nosso Salvador, para com os homens, Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, Que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo nosso Salvador; Para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna.
(Bíblia utilizada: Almeida Corrigida e Revisada Fiel)

Que todos nós façamos valer a pena o sacrifício de Jesus na cruz, que valorizemos o privilégio de ter o Espírito de vida, ao invés da lei do pecado e da morte.

Romanos 6.1-7
Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele? Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição; Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado. Porque aquele que está morto está justificado do pecado.
(Bíblia utilizada: Almeida Corrigida e Revisada Fiel)

 

 

2017 Vivendo a Prática Pastoral
sendo uma igreja bíblica e relevante

Serviçal da Igreja
Ronildo Queiroz