Pastoreio #37

I e II Coríntios – Problemas entre os cristãos (parte A)

O nosso objetivo abordando as cartas à igreja em Corinto é trazer a tona alguns problemas constatados nessa igreja, bem como as orientações do apóstolo Paulo que objetivava ajudar os crentes a lidarem de modo correto com as questões a luz da palavra de Deus. Obviamente não abordaremos todos os capítulos nesse pastoreio, nossa sugestão é que os pastores se debrucem nas cartas aos coríntios aprofundando-se para que possam ensinar a igreja de Cristo.

Objetivo da carta 1: Paulo repreendeu a igreja por deixar de punir alguns de seus membros que eram culpados de imoralidade grave (cap.5). Ele também lhes deu conselhos a respeito de alguns dos problemas comuns no casamento, e os instruiu sobre o comportamento apropriado dos que não eram casados (cap.7). Além disso, Paulo discutiu a ingestão de alimentos oferecidos aos ídolos (1 Co 8; 10.18-31), o comportamento inadequado na Ceia do Senhor (1 Co 11.17-34), os dons espirituais (caps. 12-13), o comportamento nas congregações formais para adoração (1 Co. 11.2-16; 14.1-40), e a ressurreição (cap.15).
Fonte: Bíblia de Estudo Palavras Chave – Hebraico –Grego, Ed. CPAD, p. 1195.

Objetivo da carta 2: Paulo advertiu os coríntios sobre determinados erros doutrinários, instruiu-os nas questões do dever, como cristãos, e expressou a alegria porque eles deram ouvidos às suas instruções nas primeira carta. Ele também defendeu a sua autoridade como apóstolo contra os ataques de ensinadores legalistas que procuravam atrapalhar a sua obra. O tema principal de 2 Coríntios é o de que sempre devemos ser fiéis a Cristo.
Fonte: Bíblia de Estudo Palavras Chave – Hebraico –Grego, Ed. CPAD, p. 1214.

A posição geográfica de Corinto, entre o Golfo de Corinto e o Golfo Sarônico, era sua garantia de prosperidade comercial. Era parada na rota de Roma para o Oriente para os vários comerciantes que por ali passavam, além disso, a cidade tinha atraia homens de muitas raças, também havia uma população judaica numerosa possuindo na cidade uma sinagoga (Atos 18.04).

A cidade de Corinto reunia gregos, latinos, sírios, asiáticos, egípcios e judeus, compravam e vendiam, trabalhavam e folgavam, brigavam e se divertiam juntos. Como uma grande cidade possuía prosperidade material, destaque intelectual, entretanto era moralmente corrompida e as pessoas satisfaziam toda a espécie de desejo.
Fonte: 1 Coríntios – Introdução e comentário – Leon Morris, Ed. Vida Nova, p. 11,12.

Em Corinto era prestado culto a deusa Afrodite, havia um templo no local mais elevado do Acrocorinto, monte ao pé do qual localizava-se a cidade.

Falava-se em mil prostitutas cultuais dedicadas à deusa Afrodite que, recebiam os seus visitantes para prostituirem-se. Segundo o autor Pausânias, Corinto possuía altares dedicados aos deuses; Posêidon, Palaemon, Afrodite, Ártemis, Dionísio, Hélio, Hermes, Apolo, Zeus, Ísis, Eros entre outros, ou seja, uma cidade idolatra. Fonte: 2 Coríntios – Introdução e comentário – Colin Kruse, Ed. Vida Nova, p. 18,19.

Prática pastoral >>> A cidade de Corinto possuía muito do que podemos constatar nas cidades dos dias atuais, riquezas, comportamentos pecaminosos, mistura étnica, costumes variados, ideologias e filosofias divorciadas dos princípios bíblicos.

Nós, apascentadores, temos um grande desafio, ensinar os crentes que vivem nos dias atuais a se separarem do que não agrada ao Senhor, penso que a confrontação bíblica é inevitável em um mundo em que a subjetividade e o relativismo moral impera, somente através da palavra de Deus conseguiremos realizar uma assepsia moral e espiritual.

O que pretendo realçar aqui é a importância de termos um preparo bíblico adequado e nos aplicarmos ao ensino e pregação da palavra de Deus, clareando as doutrinas bíblicas para que a igreja tenha sempre de modo bem claro, qual deve ser a sua conduta cristã.

“Peter Wagner diz que 1 Coríntios provavelmente tem mais conselhos práticos para os cristãos do nosso tempo do que qualquer livro da Bíblia. Estudar essa carta é fazer um diagnóstico da igreja contemporânea, é ver suas vísceras e entranhas. É colocar um grande espelho diante de nós mesmos.”
Fonte: 1 Coríntios – como resolver conflitos na Igreja, Hernandes Dias Lopes, Ed. Hagnos, p. 9.

Exaltavam os seres Humanos (1 Coríntios 1.10-17)

Percebe-se na igreja de Corinto a existência de”fã clube”desse ou daquele pregador ou apóstolo, com sentimento e comportamento partidarista a igreja estava dividida. Estavam”roubando”a glória que pertence somente a Cristo, além de tornarem os homens em”mini cristos”,ou seja, como se estes tivessem passado pela crucificação, tivessem dado as suas próprias vidas para salvar a humanidade.

I Coríntios 1.10-13
Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer. Porque a respeito de vós, irmãos meus, me foi comunicado pelos da família de Cloé que há contendas entre vós. Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo. Está Cristo dividido? foi Paulo crucificado por vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo?
(Bíblia utilizada: Almeida Corrigida e Revisada Fiel)

O apóstolo exorta a igreja para que voltassem a ter a conduta correta, que restaurassem a ponto de deixarem como originalmente havia sido ensinado e implantado (v.10).

Na igreja havia grupos que estavam promovendo contendas, brigas, disputas, debates, controvérsias, luta, peleja, combate, se esforçavam para conseguirem algo, para fazerem valer a sua opinião, para defenderem seus líderes ou preferidos (v.11).

Constatou-se existir um partidarismo, talvez escolheram e exaltaram os seus líderes pelo; método de pregação, pela oratória, pelo fato de ser apóstolo a mais tempo, por transitarem mais entre os judeus ou entre os gentios. O fato é que todos estavam errados (v.12).

A Igreja de Cristo não poderia ser dividida, essas questões estavam totalmente divorciadas do ensino bíblico, Cristo é um, a Igreja é o Seu corpo, esse corpo é um. O batismo se dava em Cristo e não em homens, sendo assim deveriam honrar e exaltar a Cristo (v.13).

Prática pastoral >>> Cabe a nós como apascentadores e cristãos”podar”o nosso próprio ego, não é difícil encontrarmos na igreja de hoje os”artistas”e os”fãs”, cristãos que permitem ser adorados e cristãos que adoram outros cristãos.

É importante termos em mente que nós somos servos, que o fato de fazermos de modo diferente, sermos carismáticos, estar a mais tempo no evangelho ou nos relacionar melhor com esse ou aquele grupo não nos dá o direito de dividir a igreja do Senhor Jesus.

Não é raro saber de cristãos que por terem sido agraciados por Deus com os dons espirituais e ministeriais e, por não saberem lidar com os mesmos, passam a ter um comportamento”hollywoodiano”, ou seja, passam a atuar como sendo atores e atrizes que objetivam alcançar seguidores, adeptos. Nós não morremos na cruz pelas pessoas, Cristo o fez, nós somos beneficiados pela graça de Deus como os outros também são.

Percebe-se hoje um costume muito estranho a meu ver, alguns cristãos buscando a tal da”cobertura espiritual”desse ou daquele líder religioso, quando deveriamos buscar estar sob a cobertura do sangue de Jesus Cristo.

Qual a conduta de um ministro de Cristo? (1 Coríntios 4.01-16)

O apóstolo dá referências sobre o padrão de comportamento esperado para os que são ministros de Cristo, mediante os desafios, dores e necessidades.

Os ministros fiéis:

– Possuir uma consciência limpa (4.1-4)
– Não julga a outros (4.05)
– Torna-se um espetáculo, exposto ao sofrimento (4.09)
– Visto como louco (4.10)
– Considerados fracos (4.10)
– Zombados pelo mundo (4.10)

Os ministros infiéis:

– Orgulhosos (4.6-7)
– Presunçoso (4.08)
– Sábio aos seus próprios olhos (4.10 b)
– Bem visto pelo mundo (4.10 e)

I Coríntios 4.11-16
Até esta presente hora sofremos fome, e sede, e estamos nus, e recebemos bofetadas, e não temos pousada certa, E nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos. Somos injuriados, e bendizemos; somos perseguidos, e sofremos; Somos blasfemados, e rogamos; até ao presente temos chegado a ser como o lixo deste mundo, e como a escória de todos. Não escrevo estas coisas para vos envergonhar; mas admoesto-vos como meus filhos amados. Porque ainda que tivésseis dez mil aios em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; porque eu pelo evangelho vos gerei em Jesus Cristo. Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores.
(Bíblia utilizada: Almeida Corrigida e Revisada Fiel)

Sobre os ministros fiéis e infiéis o apóstolo apresenta os sentimentos e comportamentos necessários para que os ministros de Cristo possam suportar as adversidades e desafios que venham a surgir (v.11).

Paulo fala do trabalhar com as próprias mãos (1 Tessalonicenses 2.09), na cultura grega o trabalho (Kopiómen = trabalho árduo) manual era apropriado para os escravos e não para as pessoas livres, cultas ou tidas como importantes, ou seja, o apóstolo relata ao que um ministro de Cristo deveria estar disposto a submeter-se, qual o sentimento e comportamento deveria ter, humildade, dedicação e amor ao evangelho de Cristo (v.12).

Enquanto os crentes de Corinto disputavam por glórias, lugares ou posições espetaculares, Paulo chama-os a razão do evangelho para levá-los a compreender qual posição os apóstolos ocupavam e, que eles também como discípulos de Cristo ocupariam (v. 13).

Se os crentes em Corinto estavam sendo de alguma forma influenciados por outros a terem uma conduta diferente da proposta pelo evangelho, Paulo chama a atenção deles, exortando os mesmos como um pai que ama, zela e instrui a um filho. O apóstolo apresenta-se como imitador de Cristo (1 Coríntios 11.01) e, por isso deveriam imita-lo também, aqui não traz a ideia de formar um”fã clube”, gerar cópia de si mesmo, mas de imitarem a Cristo como ele (Paulo) o faz (vs. 14 a 16).

Prática pastoral >>> Nosso comportamento como ministro de Cristo pode produzir”ervas daninhas”no coração da igreja, pode dividir a igreja. É importante nos certificar que estamos sendo imitadores de Cristo e não de uma”personalidade”gospel.

Estamos gerando discípulos de Cristo ou nossos discípulos, estamos querendo a posição de Jesus ou ser servo de Jesus. Se não tomarmos cuidado seremos”engolidos”pela nossa egolatria, pela necessidade narcisista que com certeza nos afastará do que é ser um ministro de Cristo. Precisamos ter menos vaidade e mais fidelidade ao Senhor, menos prepotência e mais dependência do Espírito Santo.

Tratando o pecado na igreja (1 Coríntios 5.01-13)

O apóstolo Paulo trata dos pecados cometidos pelos crentes em Corinto, os pecados não eram confrontados biblicamente e os que cometiam tais pecados não eram disciplinados.
Há a evidência do pecado (5.01)

– Os gentios não fariam o que estavam fazendo (5.01)
– Um crente da igreja local possuiu a esposa de seu pai (5.01)
– Jesus conferiu autoridade a igreja para administrar a disciplina (5.3-4)

I Coríntios 5.1-13
Geralmente se ouve que há entre vós fornicação, e fornicação tal, que nem ainda entre os gentios se nomeia, como é haver quem possua a mulher de seu pai. Estais ensoberbecidos, e nem ao menos vos entristecestes por não ter sido dentre vós tirado quem cometeu tal ação. Eu, na verdade, ainda que ausente no corpo, mas presente no espírito, já determinei, como se estivesse presente, que o que tal ato praticou, Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, juntos vós e o meu espírito, pelo poder de nosso Senhor Jesus Cristo, Seja, este tal, entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus. Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa? Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós. Por isso façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade. Já por carta vos tenho escrito, que não vos associeis com os que se prostituem; Isto não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo. Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais. Porque, que tenho eu em julgar também os que estão de fora? Não julgais vós os que estão dentro? Mas Deus julga os que estão de fora. Tirai pois dentre vós a esse iníquo.
(Bíblia utilizada: Almeida Corrigida e Revisada Fiel)

O apóstolo repreende a soberba da igreja, a passividade e frouxidão com o pecado, ressalta ainda que nem entre os gentios tais coisas eram toleradas, a igreja deveria estar contristada, chorando como se tivesse perdido um membro, o que cometera o pecado estava na igreja como se nada tivesse acontecido (vs. 01 e 02).

Há uma sentença proferida pelo apóstolo que menciona a autoridade no nome de Jesus. Há uma sentença dada, que o mesmo seja tirado da congregação e entregue a Satanás, a excomunhão dá a ideia que o crente impenitente, que não se arrepende e deixa o pecado, perdendo a comunhão é lançado àquela região onde Satanás mantém o poder, fora da comunhão do Senhor e da igreja.

Há duas vertentes sobre essa frase”entregue a Satanás”, a primeira é que Paulo poderia ter em mente que o crente fora da comunhão sofreria danos e poderia arrepender-se, recordando-se dos privilégios tinha quando estava em comunhão com o Senhor e com a igreja e, assim pudesse vencer as concupiscências carnais.

A segunda é a carne sujeita a doenças e até mesmo a morte física (Atos 5) ou em (1 Coríntios 11.30), entretanto, mesmo sendo esse o caso, para que o espírito fosse salvo no dia do Senhor, seria necessário o arrependimento do impenitente pecador. A ideia que Paulo dá sobre salvação do espírito, pode significar que ele esperaria ver o pecador disciplinado entre o povo de Deus no dia do juízo.

Os crentes em Corinto orgulhavam-se de suas atitudes, não tratando o pecador, permitindo que o”fermento”levedasse toda a massa. Mantinham o pecador no rebanho sem confronta-lo biblicamente, isso gerava uma má influência na igreja local e mau testemunho com os não crentes. Segundo Thomas Traherne”Almas para com almas são como maçãs; apodrecendo-se uma, apodrecem as outras”(vers. 3,4,5 e 6).
Fonte: 1 Coríntios – Introdução e comentário – Leon Morris, Ed. Vida Nova, p. 69 a 71.

Os velhos hábitos são também corruptores, por isso é preciso livrar-se de todo o fermento, lembrando que a igreja deve ser a nova massa sem fermento.”Uma característica da observância normal da páscoa era a solene busca e destruição de todo o fermento, antes de iniciar-se a festa (durante sete dias só se podia comer pão sem fermento.”(v.07).
Fonte: 1 Coríntios – Introdução e comentário – Leon Morris, Ed. Vida Nova, p. 72.

O cristão não mais deve andar segundo os seus velhos padrões, agora em Cristo temos um novo modelo, uma nova proposta de vida. Se por ventura pecarmos e a palavra de Deus diz que pecamos, devemos logo nos arrepender, nos entristecer pelo pecado e rapidamente deixar a prática pecaminosa (v.08).
Penso ser difícil manter comunhão íntima com aqueles que se dizem cristão, mas a sua vida prática e cotidiana mostra justamente o contrário do que confessa.

O sentido aqui não é o crente isolar-se dos pecadores fora da igreja, do mundo, mas aponta para a dificuldade em manter um relacionamento, uma comunhão com os que se dizem cristãos, que estão na igreja, mas seguem em pecado sem demonstrarem arrependimento e sem abandonar o pecado (vs. 9,10,11).

O apóstolo Paulo aponta para a responsabilidade da igreja de Corinto em julgar os que são de dentro, pois os de fora, os gentios, Deus os julgará.”A forma interrogativa, Não julgais…? é um modo de tornar ainda mais claro o dever deles na questão em foco.”Não é papel da igreja disciplinar os que não são cristãos, mas sim os que são cristãos, a igreja não deve tolerar o pecado em seu meio sem se importar, sem confrontar com palavra de Deus o pecador para ver se este arrepende-se (vs. 12,13).
Fonte: 1 Coríntios – Introdução e comentário – Leon Morris, Ed. Vida Nova, p. 74.

“A disciplina é um ato preventivo. Ela protege os demais membros da igreja.”
Fonte: 1 Coríntios – como resolver conflitos na Igreja, Hernandes Dias Lopes, Ed. Hagnos, p. 100.

Prática pastoral >>> Falar em disciplina em tempos como os que nós vivemos é um grande desafio. Alguns crentes bebem de muitas fontes extra bíblicas que vão desde pensamentos filosóficos a opiniões pessoais completamente desvinculadas da palavra de Deus.

Parece que em nossos dias apenas o Deus amoroso é enfatizado, parece não haver nenhum registro bíblico sobre a santidade e a justiça de Deus. Aparentemente a santidade cristã tornou-se opcional, hoje cristãos pecam não se arrependem e permanecem no pecado, parece que a mente está cauterizada. Aquele que peca e não quer deixar o pecado segue na comunidade de fé desde que seja aceito com os seus pecados, quando não é mais aceito basta atravessar a rua e outra denominação logo o acolherá.

Precisamos resgatar os temas bíblicos sobre o pecado, sobre a necessidade do arrependimento, do abandonar a prática pecaminosa e da santidade para, então termos o perdão do Senhor, a purificação pelo sangue de Jesus e, ouvir a frase, na minha opinião a mais expressiva da graça de Deus, vá e não peques mais, a nova oportunidade que nos é dada pelas misericórdias do Senhor.

Faltava o amor, que é base duradoura (1 Coríntios 13.01-13)

Nesse capítulo Paulo aborda a importância do amor entre os cristãos, o apóstolo reconhece e elogia a igreja em Corinto pelos dons, mas exorta a mesma pela falta de amor, pela falta de boa vontade com os outros.

O apóstolo Paulo usa a palavra ágape, ou seja, é o próprio amor de Deus. É o amor sacrificial, genuíno e puro. Esse amor fala de atitude, de ação, de amar o indigno.”David Prior diz que ágape é o amor pelos totalmente indignos.
Fonte: 1 Coríntios – como resolver conflitos na Igreja, Hernandes Dias Lopes, Ed. Hagnos, p. 240.

– O dom de línguas não é superior ao amor (13.01).
– O dom de profecia não é superior ao amor (13.02 a).
– O dom do conhecimento não é superior ao amor (13.02 b).
– O dom da fé é inútil sem o amor (13.02 c).
– O dom da contribuição é inútil sem o amor (13.03).

I Coríntios 13.1-13
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.
(Bíblia utilizada: Almeida Corrigida e Revisada Fiel)

O amor é paciente e bondoso, não invejoso, o amor suporta de modo extraordinário, não”perde a cabeça”facilmente. Quem tem esse amor mantém o autocontrole, tem domínio próprio. Reage com bondade aos que o maltratam, não pagam o mal com o mal, não devolvem na mesma”moeda”, antes serve quem o ofende. Quem tem esse amor não se ira com o sucesso alheio, quem ama está ocupado em dar-se e não em afirmar-se (ver. 04).

O amor não se porta de modo vergonhoso, não dá escândalo e não é inconveniente. Quem ama assim zela pelo bem do outro, sente-se responsável pelo outro, não é egoísta. O amor não se ofende facilmente, não é melindroso, não se irrita por qualquer coisa a todo momento. O amor sempre acredita e espera o melhor das pessoas, não pensa mal e não pré-julga o próximo (vs. 05).

O amor não se alegra com a desgraça alheia, não acolhe e não celebra a injustiça, o amor se alegra e participa da verdade de Deus e do evangelho (vers. 06).

O amor suporta calado, não considerando o estado maltrapilho do outro, leva em conta as circunstâncias e busca ver no outro o que há de melhor. O amor não espera um fracasso como final, mas acredita em uma vitória no final.

O amor é como o”[…] soldado que, no grosso da batalha, não fraqueja, mas continua a atirar sem parar, vigorosamente. O amor não se deixa vencer, mas faz a sua parte, varonilmente, sejam quais forem as dificuldades.”(vs. 07).
Fonte: 1 Coríntios – Introdução e comentário – Leon Morris, Ed. Vida Nova, p. 149.

O amor nunca deveria faltar na”dispensa”da igreja de Corinto, entretanto esses se gabavam por serem abundantes nos dons sem perceberem que lhes faltava o amor. Na presença de Deus, morada celestial, o amor nunca se tornará ineficiente, mas os dons já não terão mais utilidades junto ao Senhor (vs. 08).

O apóstolo reforça a importância do amor, pois com a ideia de perpetuidade, ele exorta a cultivar a fé e esperança, mas o amor deve ser ainda mais cultivado, não pode faltar, parece ser como”terra fértil”que, receberá as demais sementes (vs. 13).

Prática pastoral >>> Como cristãos, imitadores de Cristo, seguidores do Senhor, precisamos praticar o amor sacrificial, claro que temos erros e grandes dificuldades em viver esse amor, mas se de fato somos filhos de Deus precisamos amar.

As vezes permitimos, por não pregarmos, que a igreja tome rumos que em nada lembra o amor. Nosso papel como apascentadores deve ser o de amar o próximo, ensinar e exortar a igreja a amar, esse amor sacrificial, pois somente nos comportando com o apóstolo aponta nos versículos 4 a 7 é que podermos experimentar esse amor.
Quando pensarmos em agir de contra alguém, quando formos tomar uma decisão, a começar por mim, vamos meditar nesses versículos para ver se estamos agindo com esse amor sacrificial.

No próximo pastoreio seguiremos abordando as cartas aos Coríntios!

 

 

2017 Vivendo a Prática Pastoral
sendo uma igreja bíblica e relevante

Serviçal da Igreja
Ronildo Queiroz