Pastoreio #38

II Coríntios – Problemas entre os cristãos (parte B)

Em sua escrita na segunda carta, Paulo deixa claro seu dom pastoral, se na primeira ele exorta e orienta acerca da condenação do pecado e exclusão do pecador (1 Co. 5), agora o mesmo vai orientar a igreja em Coríntios que perdoassem o mesmo mediante o arrependimento demonstrado. Ao mesmo tempo em que os apascentadores não podem tolerar o pecado, precisam estar prontos para perdoarem os pecadores que se arrependem.

Não se trata de ser “duro” com a igreja de Cristo, mas de saber corrigir através da palavra de Deus para que a “ferida” seja aberta, limpa e depois fechada gerando saúde espiritual e física para a pessoa. Precisamos ter a habilidade para exortar, afim de tratar o pecado, mas também devemos ter a habilidade para motivar as pessoas para que, essas possam prosseguir perdoadas mediante o arrependimento e fé em Cristo Jesus.

Objetivo da carta 2: Paulo advertiu os coríntios sobre determinados erros doutrinários, instruiu-os nas questões do dever, como cristãos, e expressou a alegria porque eles deram ouvidos às suas instruções nas primeira carta. Ele também defendeu a sua autoridade como apóstolo contra os ataques de ensinadores legalistas que procuravam atrapalhar a sua obra. O tema principal de 2 Coríntios é o de que sempre devemos ser fiéis a Cristo.
Fonte: Bíblia de Estudo Palavras Chave – Hebraico –Grego, Ed. CPAD, p. 1214.

Segundo Hernandes Dias Lopes, “Essa é a sua carta mais autobiográfica. Nela, o apóstolo conta suas lutas mais renhidas e suas aflições mais agônicas. Nessa carta, Paulo abre as cortinas da alma e mostra suas dores mais profundas, suas tensões mais íntimas e suas experiências mais arrebatadoras.”
Fonte: 2 Coríntios – o triunfo de um homem de Deus diante das dificuldades, Hernandes Dias Lopes, Ed. Hagnos, p. 11.

Prática pastoral >>> Acredito que o nosso maior desafio é manter viva em nós a palavra de Jesus para que possamos, ajudar ao próximo em suas lutas e mazelas. Penso que precisamos estar bem, saudáveis espiritualmente e emocionalmente para então ensinarmos adequadamente as boas novas de Jesus, ou seja, sejamos primeiros exortados, edificados, consolados pelo Senhor através da sua palavra.

A igreja precisa perdoar (2 Coríntios 2.5-11)

A igreja havia por orientação de Paulo, excluído anteriormente um crente impenitente (1 Co. 5), agora com a informação que o homem havia se arrependido o apóstolo instrui a igreja a perdoá-lo, restaurar a comunhão com ele para que Satanás não o destrua.

II Coríntios 2.5-11
Porque, se alguém me contristou, não me contristou a mim senão em parte, para vos não sobrecarregar a vós todos. Basta-lhe ao tal esta repreensão feita por muitos. De maneira que pelo contrário deveis antes perdoar-lhe e consolá-lo, para que o tal não seja de modo algum devorado de demasiada tristeza. Por isso vos rogo que confirmeis para com ele o vosso amor. E para isso vos escrevi também, para por esta prova saber se sois obedientes em tudo. E a quem perdoardes alguma coisa, também eu; porque, o que eu também perdoei, se é que tenho perdoado, por amor de vós o fiz na presença de Cristo; para que não sejamos vencidos por Satanás; Porque não ignoramos os seus ardís.
 (Bíblia utilizada: Almeida Corrigida e Revisada Fiel)

O apóstolo volta a tratar sobre o pecador (1 Co. 5), ressalta que não considerava toda a igreja como pecadora como esse irmão que tinha cometido pecado. Aparentemente Paulo motiva a igreja dizendo que não havia dito que toda a igreja estava caminhando em pecado, mas que alguns. (v.05).

A orientação do apóstolo para entregarem o pecador a Satanás objetivava ver se esse separado da comunhão com Deus e com a Igreja se arrependeria, tal ato parece ter produzido arrependimento no pecador (v.06).

A igreja não deveria negar o perdão ao pecador arrependido, pois a função da correção deveria ser a de restaurar, de dar esperança e não de destruir a pessoa (v.07).

A confirmação que Paulo pede a igreja, deveria ir além das palavras, precisariam ter comportamentos que pudessem autenticar na prática o amor perdoador da igreja de Cristo (v.08).

A mesma igreja que havia sido obediente em excluir o pecador da comunhão, agora estava sendo posta a prova no tocante a perdoá-lo, em tudo deveriam ser obedientes (v.09).

O apóstolo não só orienta a igreja a perdoar o pecador, como também diz que ele mesmo já o perdoou por amor a Igreja e a Cristo (v.10).

Quando cremos em Jesus e obedecemos a palavra de Deus, nos arrependendo e deixando o pecado, Satanás não tem legalidade sobre nós em tal delito (v.11).

De acordo com Hernandes Dias Lopes, após tratar da disciplina, Paulo trata do perdão e da restauração do irmão em Cristo. “Warren Wiersbe diz que Paulo instou a congregação a perdoar o homem e fundamentou essa admoestação em motivos incontestáveis: 1) deveriam perdoar o homem por amor a ele (2.7,8) – o perdão é o remédio que ajuda a curar o coração ferido; 2) por amor ao Senhor (2.9,10) – o homem havia pecado contra Paulo e contra a igreja, mas, acima de tudo, havia pecado contra o Senhor; e 3) por amor à igreja (2.11).Quando existe na igreja um espírito de rancor por causa dos pecados, não tratamos os assuntos de forma bíblica. Quando nutrimos um espírito rancoroso, entristecemos o Espírito Santo e “damos lugar ao diabo”(Ef. 4.27-32).”
Fonte: 2 Coríntios – o triunfo de um homem de Deus diante das dificuldades, Hernandes Dias Lopes, Ed. Hagnos, p. 46,47.

Prática pastoral >>> Perdoar não é tarefa fácil, abordamos de modo mais amplo no pastoreio 5 “A cura do coração” que, traz como se dá o processo de adoecimento pela falta do perdão. Às vezes para perdoarmos alguém precisamos ser confrontados pela palavra, por outras pessoas e até mesmo pela nossa própria consciência. Claro que dentro da compreensão da falibilidade humana sabemos que qualquer um de nós pode incorrer no erro de não perdoar, entretanto precisamos lembrar das orientações bíblicas como as citadas acima para que possamos nos mover em direção ao perdão.

Não somente a igreja deve praticar o perdão, mas assim como Paulo, nós apascentadores, também precisamos sempre manter o nosso coração livre, precisamos sempre soltar as amarras do passado que nos fazem pecar contra Deus, quando não perdoamos, para que, então possamos seguir como filhos e filhas de Deus.

Aparentemente a igreja de modo geral não consegue perdoar, basta lembrar que quando algum pregador do evangelho peca, mesmo se arrependendo e deixando o pecado, parece que o mesmo passa a “não ser mais digno” de ser ouvido. Ou ainda quando um pastor erra algumas comunidades de fé praticamente o expurga do meio deles, mesmo quando esse se arrepende do seu erro. Precisamos corrigir essas situações começando por nós para, então chegarmos na igreja, com todo o povo.

A igreja tem uma nova lei (2 Coríntios 3.6-11)

O apóstolo vai explicitar a superioridade da graça em comparação com a lei, a eficácia do favor de Deus revelado para a Igreja em Jesus Cristo que consequentemente favorece aqueles que Nele confiam.

II Coríntios 3.6-11
O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica. E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória, Como não será de maior glória o ministério do Espírito? Porque, se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais excederá em glória o ministério da justiça. Porque também o que foi glorificado nesta parte não foi glorificado, por causa desta excelente glória. Porque, se o que era transitório foi para glória, muito mais é em glória o que permanece.
(Bíblia utilizada: Almeida Corrigida e Revisada Fiel)

Agora fomos feitos ministros de uma nova lei, um Novo Testamento, a letra aqui citada trata da antiga Lei de Moisés que mata, pune de acordo com o delito cometido pelo pecador, mas o Espírito produz vida, essa vida é alcançada pela fé em Cristo, em sua entrega na cruz do calvário (Romanos 8.1,2) somos noivas da graça, de Jesus (v.06).

O ministério da morte aqui representa a Lei de Moisés, assim como a glória no rosto de Moisés perdia a intensidade, a lei perdia a sua eficácia considerando que não conseguia salvar o pecador, mas apenas condená-lo (v.07).

Agora temos uma promessa com possibilidades reais que, mesmo com nossas falhas oferece recursos para que tenhamos novas oportunidades (v. 08).

O ministério da condenação foi a Lei de Moisés, o ministério da Justiça por sua vez foi a entrega de Cristo na cruz que, possibilitou a vinda do Espírito Santo em nós (v. 09).

A graça de Deus encarnada em Jesus Cristo excede em muito a glória da Lei de Moisés (v. 10).

A glória da Lei era transitória, mas a glória do evangelho de Cristo é para sempre. (v. 11).

Colin Kruse comenta que: “A superioridade da nova aliança é apresentada sob três aspectos: a) o ministério do Espírito é mais esplêndido do que o da morte, b) o ministério da justiça é mais esplêndido do que o da condenação, e c) o ministério permanente é mais esplêndido do que o que se desvanece.”
Fonte: 2 Coríntios – Introdução e comentário, Colin Kruse, Série Cultura Bíblica, Ed. Vida Nova, p. 101.

Prática pastoral >>> Precisamos como apascentadores, como Igreja de Deus, jamais trocar a graça poderosa que Deus nos oferece por uma religião, uma tradição, ou por qualquer outro “evangelho” que tentem nos ensinar.

O apóstolo insiste que a lei do Espírito é infinitamente mais eficaz e poderosa, como igreja nós não precisamos de nada além de Jesus. Não podemos voltar as sombras da glória de Deus, pois temos o próprio Deus habitando em nós (1 Co. 3.16).

É ineficaz, imprudente e imaturo suscitar e colocar a nossa fé em símbolos, ritos e crenças de religiões que nada tem a ver com a Igreja de Jesus. Não precisamos de arca, shofar, mantos para oração, água de Israel, sal grosso, galhos de arruda, mezuzah, imagens de gesso, madeira, metal, de toalhas ou apetrechos religiosos. Nós já temos o que é superior, mais precioso Jesus Cristo, não sejamos vencidos por vaidades religiosas que pretendem materializar a fé em objetos com pretensa significação de “poder”.

A igreja é motivada a ofertar generosamente (2 Coríntios 9.6-15)

O apóstolo Paulo fala com a igreja sobre os valores que estavam arrecadando para ajudarem os crentes em Jerusalém, ressalta que a avareza não produziria colheita farta, mas a generosidade traria um colheita abundante.

II Coríntios 9.6-15
E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará. Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria. E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra; Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre.
Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça; Para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se dêem graças a Deus. Porque a administração deste serviço, não só supre as necessidades dos santos, mas também é abundante em muitas graças, que se dão a Deus. Visto como, na prova desta administração, glorificam a Deus pela submissão, que confessais quanto ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade de vossos dons para com eles, e para com todos; E pela sua oração por vós, tendo de vós saudades, por causa da excelente graça de Deus que em vós há. Graças a Deus, pois, pelo seu dom inefável.
(Bíblia utilizada: Almeida Corrigida e Revisada Fiel)

Colin Kruse ressalta que: “A semeadura e a colheita no presente contexto referem-se à contribuição dos coríntios e aos resultados dessa semeadura, respectivamente. A abundante colheita que Paulo espera ver, como resultado de sua abundante semeadura, está descrita nos versículos 9 a 14.”
Fonte: 2 Coríntios – Introdução e comentário, Colin Kruse, Série Cultura Bíblica, Ed. Vida Nova, p. 176.

O apóstolo encoraja a igreja a ser generosa quanto a oferta financeira, usando uma figura de linguagem da agricultura Paulo ressalta que a colheita abundante está atrelada ao lançar das sementes no solo, quem lança poucas sementes não pode esperar farta colheita, mas quem lança muitas sementes certamente colherá abundantemente. A igreja deveria ofertar generosamente para ajudar os crentes pobres de Jerusalém, a colheita viria do próprio Deus para a vida deles (v. 06).

Provérbios 11.24-25
Ao que distribui mais se lhe acrescenta, e ao que retém mais do que é justo, é para a sua perda. A alma generosa prosperará e aquele que atende também será atendido.
(Bíblia utilizada: Almeida Corrigida e Revisada Fiel)

A oferta deveria ser dada de bom coração, os ofertantes deveriam ser alegres e generosos, ser uma pessoa assim alegraria o Senhor. (v.07).

Segundo Colin Kruse: “Para enfatizar isso, Paulo acrescenta; Deus ama a quem dá com alegria. Paulo parafraseia uma tradução de Provérbios 22.09 encontrada na LXX, Septuaginta, (não porém, no texto hebraico em que se baseiam nossas traduções): “Deus abençoa a quem dá com alegria” (lit., “Deus ama quem é alegre e generoso”).
Fonte: 2 Coríntios – Introdução e comentário, Colin Kruse, Série Cultura Bíblica, Ed. Vida Nova, p. 176

O Senhor não deixa escapar nenhuma área das nossas vidas, em todas Ele pode intervir, Ele tem prazer em abençoar o seu povo para que façam boas obras aos outros. Deus abençoa com tamanha graça que até os mais pobres podem contribuir com generosidade ( 2 Co. 8.01-05). (v.08).

O apóstolo reforça a instrução com a igreja de Coríntios, ou seja, ofertar com generosidade ajudando outras pessoas, para isso ele cita o “Salmos 112.09 Ele espalhou, deu aos necessitados; a sua justiça permanece para sempre, e a sua força se exaltará em glória.”. Nesse Salmos perecebe-se a maior demonstração desse cuidado com o ser humano, enviar Jesus Cristo para morrer por nós, consequentemente produzindo esperança e justiça para todos os que Nele crêem (v. 09).

Paulo cita praticamente Isaías 55.10 ressaltando que enquanto os coríntios estiverem ofertando seus recursos para suprirem as necessidades dos cristãos da Judéia, Deus multiplicará os recursos materiais da igreja, o Senhor aumentará os resultados dessa obra de justiça, consequentemente colheriam unidade, amor e louvores a Deus “vers. 12 a 14” (v. 10).

Aqui o apóstolo acredita que Deus enriqueceria a igreja em Corinto se eles fossem generosos nas ofertas que socorreriam outros crentes e que, eles como portadores dessas ofertas ouviriam e veriam Deus ser glorificado pelos de Corinto. A palavra beneficência no grego é “haplotés” que refere-se a simplicidade, franqueza, integridade, fidelidade cristã etc., sendo assim, Deus prosperaria a igreja para que essa se aplica-se com inteireza de coração comprometendo-se com as causas do reino (v. 11).

As ofertas não só serviriam para atender os santos pobres em Jerusalém, mas também geraria no doador um coração agradecido ao Senhor pela condição de poder doar, de adorar a Deus com os seus recursos, servindo os necessitados, a igreja do Senhor (v. 12).

Segundo Colin Kruse: “A provisão de dádivas monetárias que Paulo descreve como “obra de Cristo“ (leitourgias), em Fp. 2.30, posteriormente é descrita como “ aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus” (Fp.4.18). O pano de fundo do culto religioso é bastante óbvio. Portanto, parece que Paulo considerava a contribuição cristã não só com um serviço prestado aos necessitados, mas também um ato de culto (“serviço”, em inglês) a Deus. É importante observar que para Paulo o propósito último da coleta financeira, como todas as formas de “serviço/culto” cristão, é que ações de graças jorrem abundantemente de corações agradecidos a Deus.”
Fonte: 2 Coríntios – Introdução e comentário, Colin Kruse, Série Cultura Bíblica, Ed. Vida Nova, p. 179.

A igreja em Corinto passaria pelo teste do amor ao próximo, submissão a orientação do apóstolo e comprometimento prático e pessoal com o reino de Deus, aqui ajudando os crentes pobres de Jerusalém. Outros glorificariam a Deus através da vida dos coríntios, pela obediência ao evangelho de Cristo e pela generosidade em ofertar (v. 13).

Além das ofertas suprirem os crentes mais necessitados, também faria com que os judeus e todas as igrejas soubessem da disposição dos crentes de Corinto em participar de modo prático do sofrimento do outro reforçando a unidade entre as igrejas e a oração uns pelos outros (v. 14).

Graças a Deus que através de Cristo não só une, mas também direciona as pessoas a fazerem boas obras, o Senhor gera o desejo e a prática do amor para com o próximo, do cuidado, da provisão e fidelidade (v. 15).

Prática pastoral >>> Percebo que quando falamos em ofertas nem todos sentem-se a vontade, talvez isso ocorra devido ao fato de muitas denominações terem uma fala e conduta inadequada quando pedem dinheiro para a igreja.

Penso ser importante ensinarmos a igreja de Cristo quanto a participação prática nas necessidades da igreja. Percebemos que diante de uma necessidade dos crentes em Jerusalém o apóstolo trata de modo enfático sobre o ofertar generosamente.

Sustentar a obra de Deus, seja auxiliando as igrejas menos favorecidas, mantendo os pastores do campo, pastores de tempo integral, utensílios e afins deve ser tarefa do crente que, com seu dízimo, oferta ou recursos financeiros de modo espontâneo e generoso demostra envolvimento prático com a obra de Deus.

A igreja precisa ser dependente de Deus (2 Coríntios 12.7-10)

Os versículos mostram a luta do apóstolo com algo que o incomodava, um espinho na carne, mesmo orando ao Senhor para o livrar, a resposta dada por Deus foi confie em mim eu manterei, livrarei e usarei você.

II Coríntios 12.7-10
E, para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar. Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim. E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.
(Bíblia utilizada: Almeida Corrigida e Revisada Fiel)

Para que o apóstolo não se perdesse em sua vaidade, foi lhe permitido um espinho “Skolops” na carne mantendo-o equilibrado, sem se exaltar, dependente do Senhor (v. 07).

Paulo pede a Deus para livrá-lo, certamente o Senhor tinha poder para atende-lo, entretanto Javé tinha outros planos para a vida do apóstolo (v. 08).

Segundo Colin Kruse a palavra “Skolops”, ou seja, espinho, era usada para indicar qualquer objeto pontiagudo, que incomoda. “Torna-se claro que o espinho de Paulo era um problema ou uma frustração pelo fato de ele orar três vezes para que lhe fosse removido, vers. 8.”
Fonte: 2 Coríntios – Introdução e comentário, Colin Kruse, Série Cultura Bíblica, Ed. Vida Nova, p. 218.

Deus sabia o que o apóstolo precisava, porém não atende o pedido do mesmo, apenas garante que seria com ele, que o ajudaria capacitando-o para saber lidar com esse espinho na carne. Paulo seria dependente do Senhor e mesmo com sua fraqueza veria o poder de Deus sendo revelado no resultado final (v. 09).

“Na resposta propriamente dita, o uso do presente indicativo em A minha graça te basta (arkei) denota a disponibilidade contínua da graça.
Fonte: 2 Coríntios – Introdução e comentário, Colin Kruse, Série Cultura Bíblica, Ed. Vida Nova, p. 220.

O apóstolo parece ter aprendido com o Senhor a lição do espinho na carne e declara ter prazer em Cristo mesmo diante de tantas adversidades, nas suas debilidades ele se sente forte em Cristo (v. 10).

Prática pastoral >>> Mesmo em meio as dores da vida, Paulo permaneceu inabalável, firme no propósito da pregação do evangelho. Sofreu açoites e perseguições, mas seguiu cumprindo o seu ministério.

Nós precisamos considerar que algumas lutas tem como objetivo nos moldar, nos ensinar que somos totalmente dependentes de Deus.

É importante confiarmos no Senhor sabendo que tudo o que precisamos está Nele, mesmo que sejamos perseguidos e humilhados em Deus somos fortes.

Até o próximo pastoreio aonde abordaremos a carta aos Gálatas com o tema “O evangelho sem mistura”.

 

2017 Vivendo a Prática Pastoral
sendo uma igreja bíblica e relevante

Serviçal da Igreja
Ronildo Queiroz