Pastoreio #48

UNIDOS PELA PALAVRA

Como cristãos temos como única fonte de fé e conduta a palavra de Deus, podemos diferir entre denominações, segmentos, seja ele histórico, pentecostal ou neopentecostal, entretanto se somos discípulos de Jesus Cristo, devemos ter a bíblia como parâmetro maior para as nossas vidas. É bem verdade que existem alguns entendimentos bíblicos divergentes entre os segmentos, não que a palavra de Deus seja uma para cada segmento, mas o modo como alguns a interpretam tem variado. A interpretação de um texto ou princípio bíblico pode ser feito de modo a trazer a verdade ou distorções dos livros, cartas e perícopes.

É importante que nós cristãos, nos debrucemos a estudar a palavra de Deus com dedicação, buscando compreender de modo adequado o que de fato o texto ou versículo está comunicando.

Para uma tarefa tão nobre que é a interpretação da escritura, precisamos atentar para alguns pontos como por exemplo; o contexto histórico da época, quem escreve, para quem escreve, sobre o que escreve, porque escreve, saber o real sentido dos termos, seja no grego ou no hebraico, atentar para as concordâncias entre as passagens bíblicas, pois a bíblia interpreta a si mesma, para então podermos fazer a devida aplicação, no sentido correto para os dias atuais.

 

1º Recorte – A PALAVRA DE DEUS É A NOSSA ÚNICA VERDADE?

2 Timóteo 3.10-17
10 Mas você tem seguido de perto o meu ensino, a minha conduta, o meu propósito, a minha fé, a minha paciência, o meu amor, a minha perseverança, 11 as perseguições e os sofrimentos que enfrentei, coisas que me aconteceram em Antioquia, Icônio e Listra. Quanta perseguição suportei! Mas, de todas essas coisas o Senhor me livrou! 12 De fato, todos os que desejam viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos. 13 Contudo, os perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados.
14 Quanto a você, porém, permaneça nas coisas que aprendeu e das quais tem convicção, pois você sabe de quem o aprendeu. 15 Porque desde criança você conhece as sagradas letras, que são capazes de torná-lo sábio para a salvação mediante a fé em Cristo Jesus. 16 Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, 17 para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.
(Bíblia utilizada Nova Versão Internacional – NVI)

Toda a escritura é inspirada por Deus, Paulo reforça que Timóteo pode confiar nas escrituras, pode usá-la na íntegra, pois não foi ideia humana, não foi produção humana, mas os homens receberam um “sopro criativo de Deus”, para escreverem segundo a orientação de Deus (2 Tm.3.16). O apóstolo ressalta que a eficácia das Escrituras se dá, porque a sua origem é divina.

O apóstolo Pedro confirma essa escrita de Paulo a Timóteo, em sua segunda epístola como podemos ler:

2 Pedro 1.20-21
20 Antes de mais nada, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal,
21 pois jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo.
(Bíblia utilizada Nova Versão Internacional – NVI)

Em um mundo corrompido e mau, a palavra de Deus, não somente é a luz que nos revela os maus e os bons caminhos, mas também é a orientação sobre qual caminho devemos escolher, como relatado em:

Salmos 119.105
105 “A tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho.”
(Bíblia utilizada Nova Versão Internacional – NVI)

A palavra tem o poder de nos libertar, de nos fazer de fato discípulos de Jesus Cristo, quem ouve, guarda e segue as orientações da palavra, podem ser libertados por meio dela. Os judeus (João 8.33) não conseguiam perceber que a palavra de Jesus era libertadora, que através dos ensinamentos de Jesus estavam tendo um conhecimento mais pleno da verdade.

João 8.31-32
31. Disse Jesus aos judeus que haviam crido nele: “Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. 32 E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará”.
(Bíblia utilizada Nova Versão Internacional – NVI)

Vivemos em meio a um pluralismo religioso, a mistura entre as crenças, a ênfase na satisfação dos desejos e prazeres do ser humano, a subjetividade está em alta, aonde cada um tem a sua própria verdade, esse contexto faz com que mais do que nunca, busquemos na palavra de Deus a única verdade para o cristão, o único e seguro alicerce para a nossa fé e comportamento.

Estamos cercados por uma grande quantidade de informações e opções que tentam nos seduzir e convencer com suas teorias, crenças, ideias, dogmas e práticas, entretanto penso ser de extrema importância conhecermos de modo adequado a palavra de Deus, pois somente assim poderemos nos guardar e combater os malefícios trazidos por estes ensinos e práticas anti-bíblicos.

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QUANDO A PALAVRA DE DEUS NÃO LIBERTA?

Argumentação >

O texto de João 8.32 fala de um conhecimento pleno da verdade, através de Cristo, ou seja, quem conhece a Jesus, como também descrito em João 14.06 “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.”

No entanto em João 8.33 os judeus que estavam ouvindo Jesus, aparentemente ficaram bravos pelo fato de Jesus lhes terem dito que se conhecessem a verdade seriam livres, argumentaram dizendo que eram descendência de Abraão, como que estivessem dizendo somos “superiores”, e não somos escravos. Jesus os intriga ainda mais, fala do seu poder, de libertá-los do pecado, cujos os mesmos eram escravos, para isso diz como poderiam ser livres, em João 8.36 “Se pois o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.”

Penso que a palavra não liberte ou não alcance o coração dos homens, quando estes estão presos a sua religiosidade, quando não conseguem aceitar a ideia de Cristo acima das suas próprias ideias, talvez muitos cristãos ainda se portam como escravos, das tradições, usos e costumes, crenças pagãs, crenças sincréticas, de maus hábitos, de pecados entre outras “correntes” que os aprisionam.

Se de fato cremos como diz o texto em 2 Tm. 3.16, ser a palavra inspirada por Deus, porque será que alguns de nós resistimos tanto a repreensão, orientação e não cremos na motivação que as escrituras nos trazem. Será que, talvez, alguns de nós não cremos totalmente na palavra de Deus, será que alguma outra fonte tem enchido as nossas vidas, a ponto de crermos parcialmente nas instruções da palavra do Senhor.

Não cabe para a vida do cristão outra “escritura”, outro “evangelho”, outra “palavra” que se atribua a Deus que contrarie a sua própria palavra, o apóstolo Paulo deixa explícito como deve se considerar a escrita ou pessoas que anunciem outro evangelho, Gl. 1.08 “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.”. Nesse versículo o termo grego “anathema”, serve para indicar coisa amaldiçoada, ou ainda alguém que foi amaldiçoado, pessoa excluída do favor divino e entregue à destruição.

Proponho refletirmos sobre quantos se perderam ao longo da caminhada, quantos apostataram da sua fé, quantos outrora eram servos de Deus e hoje são inimigos do Senhor, difundindo ensinamentos e práticas contrárias a palavra do Deus.

Penso que a palavra não liberta quando as pessoas não a querem, quando endurecem o coração, quando buscam para si pregações, ensinamentos e mestres que falem o que querem ouvir, que afaguem o seu ego como escreve Paulo em , 2 Tm. 4.03 “Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; 04 e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.”

Alguns não aceitariam mais se alimentar com a boa e saudável comida, a palavra de Deus, o termo comichão no grego refere-se a terem desejos que estão fixos em objetos sensuais como prazeres, ganhos, benefícios e honras.

Alguns escolheriam seus próprios “mestres”, que ensinassem segundo os seus anseios, quando lemos a palavra de Deus, selecionando o que cremos e o que não cremos, sem a devida e correta interpretação, será que não estamos com comichões nos ouvidos, retalhando textos bíblicos e os encaixando em nossos anseios, não seria a hora de voltarmos à uma releitura das escrituras?

2º Recorte – A PALAVRA DE DEUS NOS FORTALECE?

2 Timóteo 3.10-14
10 Mas você tem seguido de perto o meu ensino, a minha conduta, o meu propósito, a minha fé, a minha paciência, o meu amor, a minha perseverança, 11 as perseguições e os sofrimentos que enfrentei, coisas que me aconteceram em Antioquia, Icônio e Listra. Quanta perseguição suportei! Mas, de todas essas coisas o Senhor me livrou! 2 De fato, todos os que desejam viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos. 3 Contudo, os perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados.
14 Quanto a você, porém, permaneça nas coisas que aprendeu e das quais tem convicção, pois você sabe de quem o aprendeu.
(Bíblia utilizada Nova Versão Internacional – NVI)

O apóstolo Paulo cita a si mesmo, demonstrando a capacidade de Deus em libertar, antes fariseu e perseguidor da igreja, ele se usa como exemplo para Timóteo, a palavra de Deus relata que somos unidos pelo sacrifício de Jesus, nela também observamos padrões morais e de fé que quando observados nos libertam, nos levam a viver mais próximo do modelo maior que é Cristo.

A intenção ou propósito de Paulo está relacionado a ter uma firme resolução, ele está decidido a resistir e prevalecer, fala sobre a sua fé e vida com Cristo, o objetivo é motivar seu discípulo relembrando o que havia passado em sua viagem missionária, mesmo com toda a adversidade ele se manteve firme em Cristo, guardando a sã doutrina e seguindo firme em sua missão.

Mesmo sob grande perseguição, os discípulos eram motivados a resistirem, como em Listra, a palavra era o alicerce junto com a fé em Cristo para que perseverassem, que prosseguissem sem olhar para trás.

Atos 14.21-22
Porque desde criança você conhece as sagradas letras, que são capazes de torná-lo sábio para a salvação mediante a fé em Cristo Jesus.
(Bíblia utilizada Nova Versão Internacional – NVI)

Em uma visão puramente humana podemos dizer que é contraproducente, e até loucura seguir com algo que nos traga sofrimentos, dores e perseguições, mas aos olhos dos apóstolos de Cristo era perfeitamente compreensível e válido. O testemunho requerido de Timóteo pelo apóstolo era que ele não deveria retroceder, mesmo debaixo de grande adversidade deveria permanecer com que já tinha aprendido (v.14), ele havia sido forjado pela palavra de Deus:

2 Timóteo 3.15
21 Eles pregaram as boas novas naquela cidade e fizeram muitos discípulos. Então voltaram para Listra, Icônio e Antioquia, 22 fortalecendo os discípulos e encorajando-os a permanecer na fé, dizendo: “É necessário que passemos por muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus”.
(Bíblia utilizada Nova Versão Internacional – NVI)

Desde criança a avó Lóide e sua mãe Eunice haviam ensinado Timóteo nas sagradas letras (2 Tm. 1.05), ele recebeu a boa comida, a sã doutrina que o mantinha e aquecia o coração em relação a Deus. Penso que nós precisamos gastar mais do nosso tempo ensinando nossos filhos (as) e a todos que forem carentes de ensino bíblico.

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SE A PALAVRA DE DEUS NOS FORTALECE PORQUE HÁ TANTOS CRISTÃOS FRAGILIZADOS?

Argumentação >

A escrita de Paulo para Timóteo narra que ele seguia os ensinamentos, sendo fortalecido pela palavra de Deus, para isso ele optava em seguir, sem abrir mão da sã doutrina, tendo a sua fé em Jesus Cristo, pois assim ele não só guardaria a sua vida com o Senhor, mas também auxiliaria a outros que fraquejassem na fé.

Além de Deus enviar seu único Filho para salvar os seres humanos, Ele nos deu uma arma poderosa, a sua palavra. Em 2 Tm.3.16 “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça,”, a palavra tem a função e o poder de contribuir para a nossa formação como pessoas de Deus.

Será que a fragilização de alguns cristãos possui relação com a falta da palavra, seja lendo-a, seja através da pregação, discipulado, escola bíblica, estudos, ou ainda, estar junto para tirar dúvidas, aconselhando (At. 8.27-39) segundo a palavra, com o objetivo de melhor preparar o cristão, para que então, possa compreender o plano de Deus e resistir as adversidades.

Temos nos emprenhado em auxiliar a outrem, temos ensinado ou ajudado como a palavra de Deus nos orienta, 2 Tm. 4.01 “Conjuro-te, pois diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu Reino,” 02 “que pregues a palavra instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreenda, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.”

Será que nós cristãos de modo geral, podemos não estar buscado ou valorizado a palavra do Senhor como deveriamos, se é a palavra que nos liberta apontando para Jesus que nos torna livres de todo ruído religioso, dos nossos pecados, como temos vivido em nosso dia a dia, considerando a palavra ou totalmente alheios a ela em nossas decisões.

Penso que a fragilização pode ocorrer quando passamos a estar mais interessados em nossos projetos pessoais (2 Tm.4.3,4) desejos e prazeres, ao invés de estarmos buscando a boa, perfeita e agradável vontade de Deus.

Acredito que precisamos buscar ou voltar a ter a fé que a palavra nos estimula, uma fé que nos mantém em Cristo motivados e decididos, mesmo nas aflições (2 Tm. 2.1-13).

3º Recorte – A ESPIRITUALIDADE E OS DONS PARA A IGREJA DE CRISTO EMERGEM DA PALAVRA DE DEUS?

1 Coríntios 12.4-11
04 Há diferentes tipos de dons, mas o Espírito é o mesmo. 05 Há diferentes tipos de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. 06 Há diferentes formas de atuação, mas é o mesmo Deus quem efetua tudo em todos. 07 A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito, visando ao bem comum. 08 Pelo Espírito, a um é dada a palavra de sabedoria; a outro, a palavra de conhecimento, pelo mesmo Espírito; 09 a outro, fé, pelo mesmo Espírito; a outro, dons de cura, pelo único Espírito; 10 a outro, poder para operar milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a outro, variedade de línguas; e ainda a outro, interpretação de línguas. 11 Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada um, conforme quer.
(Bíblia utilizada Nova Versão Internacional – NVI)

Confesso ter dificuldades em imaginar, crer e vivenciar uma espiritualidade que não tenha seu nascedouro na palavra de Deus, não se trata de ceticismo, antes trata-se de se certificar que a espiritualidade vivenciada emana do Senhor.

Como poderíamos saber, se não através da palavra de Deus, o que são os dons e para que eles servem, como saberíamos se o que estamos fazendo está sendo feito de modo coerente, correto e agradável ao Senhor.

É pela palavra de Deus, por exemplo, que nós pentecostais sabemos que a nossa crença nos dons é bíblica, 1 Co. 14.01 “Sigam o caminho do amor e busquem com dedicação os dons espirituais, principalmente o dom de profecia.”

Pela palavra de Deus sabemos o que devemos e o que não devemos fazer, inclusive no uso dos dons:

1 Coríntios 14.1-9
01 Sigam o caminho do amor e busquem com dedicação os dons espirituais, principalmente o dom de profecia. 02 Pois quem fala em língua não fala aos homens, mas a Deus. De fato, ninguém o entende; em espírito fala mistérios. 03 Mas quem profetiza o faz para a edificação, encorajamento e consolação dos homens. 04 Quem fala em língua a si mesmo se edifica, mas quem profetiza edifica a igreja. 05 Gostaria que todos vocês falassem em línguas, mas prefiro que profetizem. Quem profetiza é maior do que aquele que fala em línguas, a não ser que as interprete, para que a igreja seja edificada. 06 Agora, irmãos, se eu for visitá-los e falar em línguas, em que lhes serei útil, a não ser que lhes leve alguma revelação, ou conhecimento, ou profecia, ou doutrina? 07 Até no caso de coisas inanimadas que produzem sons, tais como a flauta ou a cítara, como alguém reconhecerá o que está sendo tocado, se os sons não forem distintos? 08 Além disso, se a trombeta não emitir um som claro, quem se preparará para a batalha? 09 Assim acontece com vocês. Se não proferirem palavras compreensíveis com a língua, como alguém saberá o que está sendo dito? Vocês estarão simplesmente falando ao ar.
(Bíblia utilizada Nova Versão Internacional – NVI)

No Brasil temos visto manifestações “espirituais”, que parecem colocar no mesmo balaio, misticismo e crendices pagãs e a fé bíblica, mesmo juntos não se misturam, assim como a água e óleo permanecem cada separados. Entretanto esta mistura tem produzido danos na forma de vivenciar uma espiritualidade bíblica, pois em alguns casos as práticas estão mais para crendices, empatias, habilidades e gostos humanos do que de para dons bíblicos advindo de Deus.

Penso que precisamos como igreja de Cristo fazer uma releitura bíblica, para evitarmos confusões e comportamentos que podem não ter fundamentação bíblica, pois é preocupante falas do tipo que já ouvi, “a palavra sem a unção não resolve”, que tipo de poder estamos buscando e crendo.

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SERIA POSSÍVEL SABER SE SOMOS ESPIRITUAIS SEM CONFERIRMOS A PALAVRA DE DEUS?

SEM A PALAVRA DE DEUS SABERÍAMOS PARA QUE SERVEM OS DONS?

Argumentação >

Os parâmetros sobre como ser espiritual estão contidos na palavra de Deus, na carta aos gálatas podemos ler sobre o fruto do Espírito, sobre os comportamentos modificados naqueles que se submetem a Cristo.

Galatas 5 22.24
22 Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, 23 mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei. 24 Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos.
(Bíblia utilizada Nova Versão Internacional – NVI)

Como poderíamos ser igreja de Cristo, sem saber sobre Ele, como lidaríamos com o ser e o fazer cristão sem que tivéssemos a palavra do Senhor com as orientações sobre estes e outros assuntos.

É na palavra que vamos ter a informação sobre o uso dos dons espirituais, por exemplo, eles não são dados pelo Espírito para nosso envaidecimento, ou ganho pessoal, mas para o bem comum, para o serviço em prol da igreja e das pessoas.

Sobre os dons, a palavra de Deus fala da Unidade na diversidade, ou seja, os dons variam, mas são dados pelo mesmo Espírito (1 Co. 12.06), mas os dons, as utilidades, variam de acordo com as necessidades, são dados para um fim especifico.

Será que as vezes não confundimos carisma e habilidade humana com o poder de Deus, será que parte do que entendemos como espiritualidade bíblica pode estar misturada com a religiosidade ou conceitos humanos.

Paulo escreve em 1 Co. 2.04 “Minha mensagem e minha pregação não consistiram de palavras persuasivas de sabedoria, mas consistiram de demonstração do poder do Espírito, 05 para que a fé que vocês têm não se baseasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus.”

Sobre essa escrita do apóstolo o evangelista D.L. Moody escreveu que “a pregação simples de Paulo tinha o intuito de evitar que os coríntios se apegassem a uma fé que dependesse de lógica e argumentação filosófica, uma fé à mercê de outros argumentos dessa mesma natureza.”
Fonte: Comentário Bíblico, Moody vol. 2, Mateus à Apocalipse, Everett F. Harrison, Editora Batista Regular, 2010, p.434.

O evangelho de Cristo tem poder para fazer o que foi planejado pelo Senhor, resgatar o homem do pecado proporcionando a ele, através do favor não merecido, a salvação.

1 Coríntios 1.17-18
17 Pois Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o evangelho, não com palavras de sabedoria humana, para que a cruz de Cristo não seja esvaziada. Cristo, Sabedoria e Poder de Deus 18 Pois a mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus.
(Bíblia utilizada Nova Versão Internacional – NVI)

Precisamos considerar que somente a palavra de Deus e a ação do Espírito Santo nos bastam, nos suprem, nos capacita e nos une. Somos unidos pela palavra de Deus, como os alcançados, os libertos, os herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, segundo a palavra (1 Pe. 2.09), somos povo exclusivo de Deus.

Para se pensar…

Ser uma pessoa espiritual, segundo a palavra de Deus, pode estar muito mais ligado as nossas ações em relação aos outros do que ao cumprimento de um rito ou uma liturgia. O que será que Deus estava comunicando em Isaías cap. 1, aparentemente o culto estava uma benção, entretanto Deus os reprova pelo fato de não serem o que deveriam, filhos e filhas de Deus.

O Senhor os repreende (v.16-18) para tirarem de suas vidas a maldade, fazendo o bem, sendo justos, ajudando os oprimidos, cuidando dos órfãos e das viúvas. Podemos também confirmar a orientação para os filhos (as) de Deus em Miquéias 6.08 “Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o Senhor pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus.”

Quando Paulo escreve aos Gálatas 5.18, ele deixa claro que quem é dirigido pelo Espírito não está mais debaixo da lei, pois escreve em Gl. 3.19 “Logo, para que é a lei? Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita; e foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro.”, pois a Lei leva um homem a Cristo (Gl.3.24), o Espírito assume esse homem e o leva a ser e agir como um filho (a) de Deus.

Lembremos que pela lei nenhum de nós poderíamos ser considerados filhos e filhas de Deus, em Romanos 8.03 “Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne; 04 Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.”

Podemos pensar então que, ser espiritual tem a ver com um comportamento extra templo, rito, litúrgico ou de manifestação de dons, tem a ver com ter uma vida cotidiana que atenda a escrita que está em Gl. 5.19-21, que corrobora com o que está escrito em Isaías 1.16-18, ou seja, não sendo adúlteros, imorais, não seguir vivendo na imoralidade como se fosse algo normal, não sendo idólatras, feiticeiros, egoístas, partidaristas e contendeiros, invejosos, heréticos, bêbados, glutões e homicidas, pois por tais comportamentos ficará claro quem está ou não sendo guiado pelo Espírito, as suas atitudes e em seus comportamentos indicam quem pode ser considerado ou não espiritual. É conferindo na palavra de Deus, que podemos saber se somos ou não espirituais.

É na palavra de Deus que sabemos para que servem os dons, vamos separar uma coisa da outra, pois os dons espirituais não falam de homens espirituais, mas de capacitações dadas de modo sobrenatural pelo Espírito Santo para ser usado a serviço de outrem, da igreja, para situações especificas que se façam necessários. Em 1 Co. 12, podemos ler sobre os dons e para que foram dados, alguns para própria edificação e outros para edificação da igreja.

Os dons não foram dados para criar rivalidade entre os crentes (v.21), pois até mesmos os membros considerados menos favorecidos (v.22), são importantes no corpo. O Senhor não quer divisão no corpo (v.25), antes todos devem cooperar entre si para um bem único, a edificação através do serviço.

Em 1 Co. 12.28 lemos que Deus capacitou os crentes de modo que possam servir, cada um com uma missão ou função, mas não diz que um é menos importante que o outro, cada um tem sua importância no corpo.

Talvez alguns achem que os dons os tornam maiores, mais poderosos em si mesmos, entretanto devemos lembrar que quem entrega os dons é Um (v.4) e mesmo na diversidade dos dons a fonte continua sendo Única (v.5), o Espírito de Deus, sendo assim, não existem méritos em nós mesmos, mas somente no Senhor!

 

 

2018 – O Ano da Unidade
sendo uma igreja bíblica e relevante

Pastor Ronildo Queiroz
“sou mais um” caco entre outros cacos de barro! Isaías 45.9

SEDE NACIONAL
Pastoreio #49