Pastoreio #56

DISCIPULADO

Nesse pastoreio abordaremos o assunto discipulado, talvez para alguns cristãos esse tema não passe de um método, de uma estratégia ou forma que alguns líderes adotam para “fazer crescer” a igreja, o que já é um equívoco, pois quem faz crescer a igreja é Deus (1 Coríntios 3.06).

A palavra discipulado ou o fazer discípulo deveria ser algo cotidiano na vida dos cristãos, algo já inserido naqueles que são seguidores de Jesus, tanto o ser aluno de Jesus, bem como o ser discipulador de outras pessoas.

O autor Keith Phillips (2, p. 19) escreve que “Discípulo é um aluno que aprende as palavras, os atos e o estilo de vida de seu mestre com a finalidade de ensinar outros.”

Na bíblia podemos ver essa relação entre mestre e discípulo, citarei alguns que me vem a mente, Moisés e Josué, Elias e Eliseu, Paulo e Timóteo, Jesus e os doze, dentre outros tantos exemplos que a palavra de Deus nos ensina, ou seja, não é nada novo, mas algo comum entre os personagens bíblicos, uma pedagogia clara sobre como ocorre a multiplicação no reino de Deus.

O desenvolvimento da vida cristã não ocorre estando sós, pois iria contra a ordem de Cristo para os seus de multiplicarem os seguidores, os discípulos de Jesus a exemplo do Mestre além de verbalizarem os ensinamentos, eles conviviam, caminhavam juntos (Mateus 28.19).

Confirmando como se desenrola o processo discipular, o escritor A.B. Bruce (4, p.20) escreve que “os doze deveriam ser testemunhas de Cristo no mundo após ele mesmo tê-lo deixado; devia ser seu dever particular dar ao mundo um fiel relato das palavras e atos de seu Mestre, uma imagem correta de seu caráter, um verdadeiro reflexo de seu espírito.”

A Bíblia de Estudo do Discipulado (5, p.5) registra que, “O discipulado é um relacionamento comprometido e pessoal em que um discípulo mais maduro ajuda outros discípulos de Jesus Cristo a se aproximarem mais dele e assim reproduzirem este efeito. O cerne do discipulado é o relacionamento entre um mestre, ou discipulador, e outras pessoas.”

Podemos sintetizar que discipulado é viver na prática o aprendido com Jesus Cristo (João 15.05-08), quando vivemos segundo o padrão que o Mestre estabelece, o nome de Deus é glorificado e somos de fato reconhecidos como discípulos de Cristo.

Para não nos alongarmos nesse momento sobre o que é discipulado, vamos a priori resumir o processo discipular em conhecimento bíblico, caminhar juntos, ter um exemplo de vida para ser seguido e seguir, comunhão no relacionamento interpessoal, orar juntos, se alegrar e chorar juntos, gerar mudança de pensamento, de sentimento e comportamento de modo a glorificar o Senhor.

1º Recorte – O PREÇO DE SER DISCÍPULO DE JESUS CRISTO

Ser seguidor ou discípulo de Jesus implica em muito mais do que simplesmente ser membro de uma denominação, ir aos cultos, ou ainda ser contribuinte financeiro da igreja aonde congrega. O nosso comportamento ou testemunho de vida deve ser capaz de comunicar para as pessoas quem é o nosso Mestre, sem que digamos uma só palavra.

Ter o caráter transformado pela palavra de Deus, pelo Espírito Santo nos leva a ter novos comportamentos (Gálatas 5.22-24), que por si só não conseguiríamos, mas com a ajuda do Espírito esses comportamentos são possíveis de serem vivenciados.

Antes de seguirmos, considero importante mencionar que quando falo de caráter transformado não diminuo, não desprezo, ou ainda, não esteja falando algo que não tenha a ver com espiritualidade, pois a espiritualidade para vida cristã emana da palavra de Deus, que por sua vez nos instrui sobre como podemos afirmar e reafirmar que somos discípulos de Jesus, sendo produtivos no reino de Deus (2 Pedro 1.01-11).

Acredito que precisamos pensar melhor sobre a espiritualidade cristã, talvez para alguns quando falamos de ter um caráter transformado, ou ainda, quando falamos em comportamentos que indicam arrependimento, pode transparecer que não valorizamos o poder de Deus, as atuações ou feitos sobrenaturais, todavia reafirmo nesse pastoreio que cremos e que somos pentecostais, que acreditamos no uso dos dons para os dias atuais. A ideia que intensamente buscamos transmitir é que se priorizarmos somente o falar em línguas, os dons dados pelo Espírito Santo sem observarmos também o ser uma nova criatura, o nascer de novo, não nos tornamos um discípulo de Cristo, devemos crer e vivenciar os dons, mas também devemos ter comportamentos harmônicos com os ensinamentos do Mestre Jesus.

É verdade que o preço pela nossa salvação já foi pago por Jesus na cruz do calvário, Ele sofreu em nosso lugar (1 Pedro 2.22-25), ninguém poderia pagar o preço pela nossa salvação, estávamos condenados, mas Jesus é o Único pelo qual podemos ser salvos (Atos 4.12), o plano de Deus é perfeito e infalível (Romanos 8.03,04).

Entretanto o fato de Jesus ter cumprido os pré-requisitos da lei, sem falhar ou pecar em nenhum deles, não nos exime de uma responsabilidade com Deus. Michel Green (6, p.65) escreve que: “qualquer sistema que divorcia a religião da ética é fundamentalmente heresia.”

Seja para os cristãos, para os discípulos de Cristo, ou para os pagãos que adoram falsos deuses, o cumprimento de regras relacionadas as divindades que afirmam crer, indica se de fato vivem na prática a fé que professam.

Michael Green (6, p.66) escreve que: “o homem religioso da antiguidade, tanto no uso grego quanto latino (onde a palavra equivalente era pietas), era cuidadoso e correto em cumprir seus deveres diante dos deuses e dos homens.”

O que quero ressaltar quanto a escrita acima é que se os pagãos deveriam ter a preocupação quanto a reputação e caráter, quanto mais nós como cristãos, como discípulos de Jesus, não podemos separar a fé, a vivência dos dons dados pelo Espírito Santo de uma vida testemunhal, de termos comportamentos que também estão escritos no evangelho de Jesus e que devem ser observados pelos cristãos.

O preço do discipulado é a morte do eu, ou seja, abrir mão das minhas vontades pela vontade de Cristo, deixar de reagir segundo o meu entendimento e querer, para ser como Cristo quer que eu seja.

Alguns cristãos confundem o morrer para si mesmos com serem ativistas na igreja, talvez seja uma forma de negar a necessidade de transformação do caráter, ou ainda, uma forma de “tapar o sol com a peneira”, talvez sendo prestativo, participando de todas as atividades, liderando departamentos e até mesmo mencionando o tempo de membresia em uma denominação, podem estar servindo como desculpas para não sermos moldados pelo Senhor.

Keith Phillips (2, p. 39) escreve que, “a principal ocupação do discípulo deve ser que seu caráter seja construído e multiplicado.”

O escritor Tom Ascol (3, p.37), escreve que a preocupação de Paulo com Timóteo era que ele “[…] se assegurasse de um crescimento completo, abarcando sua vida espiritual, física, emocional, intelectual e doméstica.”

Ser discípulo de Jesus, exige de cada um de nós fé, dependência, sinceridade, amor, testemunho de vida, resiliência e perseverança, um bom começo para essa caminhada proposta como discípulos é reconhecer nossa miserabilidade, nossas fraquezas apresentando-as a Deus em oração, sendo dependentes Dele.

Sobre o preço de ser discípulo de Cristo, quero citar o que Bruce (4, p. 21), comenta sobre o cristianismo, dizendo que é “uma religião que deve proclamar a cruz, anteriormente um instrumento de crueldade e sinal de infâmia, como a esperança de redenção do mundo e o símbolo de tudo aquilo que é nobre e heroico na conduta; portanto, seus arautos devem ser superiores a todas as noções convencionais de dignidade humana e divina, capazes de gloriar-se na cruz de Cristo e dispostos a carregar a cruz eles mesmos.”

Ponto de Contato >>>

Qual a maior dificuldade em ser discípulos de Jesus?

Argumentação >

Se pensarmos que a matriz religiosa catequizadora do Brasil nos ensinou a crermos em santos, imagens e objetos “sagrados” que de certo modo serviram como base de contato entre o humano e o divino, fomos ensinados a termos contato com ambientes considerados “sagrados”, em que ir a esses lugares nutria uma certa reputação de pessoas “piedosas” e “tementes” a Deus, talvez possamos compreender um pouco mais sobre a dificuldade em ser discípulo de Jesus.

A crença em lugares “sagrados”, ou ainda, de objetos “sagrados”, nos transmitem a ideia de que realmente podemos “tapar o sol com a peneira”, ou seja, basta ir e ter um bom comportamento no lugar “sagrado”, um reverência com os objetos e coisas “sagradas”, pois assim estaríamos agradando a Deus.

Entretanto o Mestre Jesus é altamente confrontador, ele deixa ruborizado a Nicodemos quando lhe chama a atenção por não compreender as coisas de Deus, aparentemente Nicodemos compreende somente os lugares “sagrados”, os objetos “sagrados” (João 3.01-12), o fariseu que tinha autoridade entre os judeus ficou constrangido por não conseguir alcançar a mensagem de Jesus.

Outro exemplo sobre uma compreensão distorcida quanto a Deus, podemos ler na história da mulher samaritana (João 4.01-30), cuja a preocupação dela era aonde deveria adorar a Deus, no monte ou no templo em Jerusalém, mesmo levando uma vida amorosa confusa (João 4.17,18), sua preocupação estava em ser religiosa, entretanto recebe uma resposta desconcertante de Jesus (João 4.21-24), nem no monte e nem no templo em Jerusalém, vocês precisam conhecer quem de fato é o Pai e o que ele requer de vocês.

Convenhamos que parece ser mais fácil lidar com a religião, seus objetos e ritos, ao invés de lidarmos com o nosso caráter, com o nosso ego. Talvez ser discípulo para alguns pode ser algo que não seja considerado importante, talvez por gerar alguns desconfortos, pois terá contato com os porões da sua alma, com os sentimentos maus e desejos ilícitos, com um caráter distorcido mesmo já sendo cristãos e com uma reputação que não condiz com o que de fato é.

Penso que a nossa dificuldade em ser discípulos de Jesus seja devido a nossa dureza de coração, a nossa pretensa independência de Deus que nos leva a frustrações terríveis, pois sem Jesus e sem o Espírito Santo não teremos êxito em ser um discípulo do Senhor.

2º Recorte – A IMPORTÂNCIA DE SE FAZER DISÍPULOS

A ideia da multiplicação, do fazer discípulos de Jesus fundamenta-se em levar para o maior número de pessoas possível, o amor, a misericórdia e a graça perdoadora de Deus disponível para todos os seres humanos, afim de livrá-los da condenação eterna.

Para isso Jesus nos deu uma missão, vão e façam discípulos por onde passarem (Mateus 28.19-20), ensinem a todos como Deus Pai tem sido bom e misericordioso, como o Filho aceitou sofrer e morrer por vocês, como o Espírito Santo não sairá da vida de cada um que crer e confessar ser dependente do Salvador.

A Igreja de Cristo se multiplica quando discipula outras pessoas, penso que um processo discipular bem realizado conta com empatia, interesse pela vida do outro, paciência com o outro, capacidade de ensinar, amor a ponto de ajudar ao próximo, interceder pelos irmãos de fé, por quem não é irmão de carne e nem irmão de fé, cultivando vínculos que fazem fluir o ide de Jesus, ou seja, que nos façam ser ouvidos pelas pessoas por perceberem que temos de fato real interesse por elas.

Fazer discípulos de Jesus dá muito trabalho, Jesus levou três anos para formar doze e um deu errado, talvez alguns de nós acabamos nos desanimando quando investimos nas pessoas e percebemos que não deram certo.

Um ponto a ser considerado é que o trabalho discipular é mais extenso e trabalhoso do que uma pregação em um culto, não desvalorizo aqui nem o culto e nem a pregação, mas chamo a atenção para um cuidado mais pleno que pode minimizar alguns “tombos” na vida dos discípulos de Jesus.

Para Keith Phillips (2, p.31) “o discipulador sabe que a responsabilidade continua até que seu discípulo chegue a maturidade espiritual, à capacidade de reproduzir.”

Sobre o trabalho discipular na vida das pessoas, a Bíblia de Estudo do Discipulado (5, p.6) registra que “o discipulado é exercido por um discípulo mais maduro. Maturidade raras vezes aparece como sendo o alvo da igreja, dos seminários teológicos ou das organizações paraeclesiásticas. Os alvos comuns têm a ver com números – números de batizados, de membros, de ministérios, de grupos familiares ou células, de entradas financeiras mensais, e assim por diante. Mas apenas alguém que continua, sem parar, na busca por maturidade, para ser como Jesus, pode discipular outras pessoas.”

Proponho aos leitores a seguinte reflexão, você confiaria e se sentiria confortável em deixar seus filhos, netos ou algum membro da sua família com um discipulador que não possui evidências de maturidade? Perceba que não estou falando somente de conhecimento bíblico, mas de experiências com Deus, testemunho de vida, habilidades sociais adequadas que promovem bem-estar ao invés de mal-estar nas pessoas, de serem humildes para recuar, de serem crentes em Cristo para pedirem perdão quando falharem.

O fazer discípulo certamente é desafiador, pois exige de cada um dos discipuladores não somente o conhecimento bíblico, mas uma vida real com Deus.

O escritor Tom Ascol do livro Amado Timóteo (3, p.107), escreve que “[…] igrejas nas quais os membros estão crescendo em santificação e glorificando cada vez mais a Deus, tanto em suas vidas públicas quanto privadas – são igrejas nas quais os líderes não se limitam a meramente ensinar a sã doutrina. Eles também lideram, e são verdadeiros modelos, na aplicação consistente da verdade bíblica em toda a sua vida.

Se nós como discípulos de Jesus, tivermos entendimentos e comportamentos maduros, certamente conseguiremos levar adiante a mensagem e os padrões do evangelho de Cristo, teremos êxito com a graça de Deus em replicar a vida cristã considerando o conhecimento e a vida prática.

O fazer discípulos é importante, primeiro por ser uma ordem de Jesus para a sua Igreja, segundo porque através do relacionamento entre as pessoas, o calor humano, a atenção, as angústias, dúvidas, alegrias e tristezas podem ser compartilhadas podendo gerar alívio e fortalecimento.

Para mim é razoável pensar que não basta apenas fazer apelos para que as pessoas indiquem publicamente que estão escolhendo crer em Jesus, mas que cada vida ganha para Cristo deve ser auxiliada em todos os aspectos, seja de ordem espiritual, emocional, físico, material, social, desde o inicio da sua caminhada cristã até alcançarem a sua maturidade cristã.

Não podemos restringir o fazer discípulos a uma classe de aula, o discipulado é muito mais que isso, é relacional, não tem como formar discípulos segundo o modelo de Jesus sem se relacionar com pessoas.

Para discipular, o próprio Jesus se envolveu com pessoas que os judeus não se evolviam, por exemplo, o Mestre conversou com a mulher samaritana (João 4.09), o Mestre também entrou na casa de Zaqueu, homem odiado pelos seus conterrâneos (Lucas 19.05-07), sentava-se com seus discípulos (João 6.03) para instruir, para se alimentarem, para responder suas dúvidas.

As pessoas responderão ao processo discipular e ao discipulador se perceberem que são importantes para quem os discipula, os vínculos são estabelecidos e fortalecidos através da convivência, da troca de ideias, de cuidados e de interesses mútuos.

Keith Phillips (2, p. 106) escreve que: “se você servir a seu discípulo com alegria, ele saberá que você o ama e respeitará e buscará sua liderança. Paulo disse: “Assim, de boa vontade, por amor de vocês, gastarei tudo o que tenho e também me desgastarei pessoalmente. Visto que os amo tanto […]” (2 Coríntios 12.15).

O evangelho de Jesus Cristo deve habitar em nossa mente e impulsionar nosso corpo, ou seja, no processo discipular as pessoas não somente tomam ciência da vontade de Cristo, mas também se esforçam para viverem a vontade do Mestre.

Um ponto que julgo importante mencionar nesse pastoreio é que devemos formar discípulos de Jesus e não caricaturas nossas, as vezes as vaidades falam mais alto na vida dos discipuladores que acabam querendo “fabricar” um cover seu no outro.

O próprio Jesus em sua fala glorifica o Pai (João 17.18-26), aos que são pastores, discipuladores, mestres ou mentores segue aqui um conselho, cuidado para não exaltarem a si mesmos, Jesus fez com que os seus discípulos conhecessem o nome do pai (João 17.26), não quis se apegar no ser igual a Deus (Filipenses 2.06).

Se nós entendermos que o fazer discípulo vai além de um material didático, de uma sala de aula, de um dia e horário específico para sentarmos com os que discipulamos, acredito piamente que teremos um êxito maior na realização dessa missão dada por Jesus.

Em nossa denominação usamos os materiais pré-determinados, pensados de modo gradual que contemplam desde o novo convertido até o crente mais maduro. A ideia é auxiliar na tarefa de fazer discípulos, entendendo-se que a função do material é levar o discípulo à correta interpretação da Palavra de Deus para ser transformado por ela.

Esses materiais servem como apoio para que a relação discipulador e discípulo seja fértil. Os assuntos abordados nos livros conduzem o discípulo a meditar na Palavra de Deus, e sendo confrontado por ela, analisar sua própria vida.

A partir dos assuntos dos livros, emergem naturalmente os assuntos da vida de cada discípulo para serem abordados no grupo.

Os livros não devem ser utilizados para se estabelecer um monólogo, ou ainda, para uma leitura que visa mais cumprir uma determinação da direção nacional ao invés de estimular e dar vida ao processo discipular.

Penso ser importante fazer discípulos, pois significa não somente anunciar o evangelho de Jesus, mas depois das pessoas terem crido Nele, ajudá-las a amadurecerem em sua nova vida, uma vida com Deus. Acredito que o resultado a médio e longo prazo será de pessoas maduras na fé, nas experiências com Deus ao longo da vida, no conhecimento bíblico adequado e na geração de novos cristãos, de novos discípulos de Jesus Cristo.

Quem sabe alguém pensou, mas e se gastarmos nosso tempo, mente e físico fazendo discípulos e as pessoas não forem convertidas de fato, lembremos que até mesmo Jesus não conseguiu ter 100% de êxito com os seus discípulos, pois Judas Iscariotes (Lucas 6.16), acabou traindo Jesus.

Façamos o que Jesus nos ordenou, ide por toda a parte e fazei discípulos meus, o Espírito Santo fará a parte Dele, a palavra será a boa semente e o amor e cuidado demonstrados por vocês será a liga que junta e mantém esse relacionamento discipular.

Ponto de Contato >>>

PORQUE É IMPORTANTE FAZER DISCÍPULOS?

Argumentação >

A continuação da Igreja de Jesus depende primeiramente de Deus, todavia a Igreja tem uma missão, essa missão não oferece grandes palcos, grandes hotéis ou salões de convenção, até porque o Mestre Discipulador Jesus, nasce em uma estribaria e passa uma boa parte da sua vida em uma pequena vila chamada Nazaré, lugar inexpressível na época, ou seja, não há aqui proposta de glamour, de riquezas materiais, de fama humana, antes de dor, sofrimento, por maior que sejam as dificuldades da Igreja de Cristo, a presença de Deus na Igreja a ajuda ser sal e luz em um mundo tenebroso.

Talvez para alguns de nós o fazer discípulo não tenha espaço em nossa agenda ativista, talvez não entendemos de modo claro a missão dada por Jesus, tremo só de pensar que existe a possibilidade de naquele dia o Senhor nos repreender por não termos entendido a missão e de termos gasto tempo precioso com outras coisas que não o apascentamento de pessoas.

Fazer discípulos é a meu ver importante porque o evangelho vai além das emoções humanas, alcança a razão e não deixa espaço para outro padrão de vida, para outros quaisquer deuses. O Senhor é o Único, a vida é de negação do eu, do abrir mão do meu jeito pelo jeito de Jesus.

Alguns abandonam a orientação de Jesus por orientações que não procedem Dele (1 Timóteo 4.01), o resultado é errar o alvo, pecado, não cumprimento da missão.

A continuidade da Igreja pregando o evangelho está, em parte, na capacidade da Igreja em fazer discípulos, saudáveis e cheios do Espírito Santo.

Que como pastores, líderes, crentes maduros possamos levar a sério a ordem de Jesus, gerando outros e os acompanhando até que alcancem a devida maturidade cristã. Vamos e façamos discípulos de Jesus Cristo!

Para se pensar…

Se nós procurarmos atentamente no Novo Testamento, encontraremos inúmeros exemplos em que é notório o processo discipular, seja de Jesus com os seus discípulos, dos apóstolos com as igrejas, do apóstolo Paulo com as lideranças estabelecidas, e em todas essas narrativas estão presente o amor, a importância dada aos discipulados, bem como a importância dada aos discipuladores pelos seus discípulos, seja no acreditar, no fazerem juntos, no instruir tanto sentados no chão, como por cartas através de portadores.

Oro a Deus que a nossa denominação faça ainda mais, seja ainda mais excelente no tocante ao fazer discípulos, cuidando de pessoas mais do que coisas, pois o alvo do Senhor são as pessoas e não as coisas. Enfim, espero que esse pastoreio ao menos gere faíscas em nossos corações para que uma grande fogueira se mantenha sempre acesa, o ganhar, ensinar e acompanhar as almas rendidas a Cristo.

 

2019 – O Ano da Consolidação
de uma igreja bíblica e relevante

Pastor Ronildo Queiroz
Serviçal da Igreja de Jesus Cristo

 

 

Referências

1. Doze Homens, Uma Missão: um perfil bíblico-histórico dos doze discípulos de Cristo. Edição revista e atualizada, Aramis C. DeBarros – Editora Hagnos.
2. A Formação de um Discípulo – Keith Phillips – tradução: Elizabeth Gomes. Editora Vida.
3. Amado Timóteo: uma coletânea de cartas ao pastor, Tom K. Ascol, Fiel Editora.
4. O Treinamento dos doze: princípios bíblicos saudáveis para o desenvolvimento da liderança e do discipulado, A.B. Bruce, Geográfica Editora.
5. Bíblia de Estudo do Discipulado: Novo Testamento – Nova Almeida Atualizada – Sociedade Bíblica do Brasil.
6. 2 Pedro e Judas Introdução e comentário: série cultura bíblica, Michael Green, Editora Vida Nova.