Pastoreio #67

CRUCIFICADOS COM CRISTO

Quando decidimos crer em Jesus e tê-lo como nosso padrão de vida, penso que de modo geral passamos por várias dificuldades que, testam a nossa fé e capacidade de nos submeter ao evangelho de Jesus. É natural que isso ocorra, afinal de contas tanto os apóstolos, bem como os crentes de modo geral foram perseguidos e alguns até martirizados e mortos por viverem e anunciarem o evangelho.

Talvez você pode estar se perguntando, o que o tema crucificados em Cristo tem a ver com a temática denominacional “o ano da evangelização”, acredito que tem tudo a ver, pois penso que não teríamos a disposição e dedicação para evangelizar outras pessoas, se primeiro a mensagem do evangelho não fizer sentido para as nossas vidas.

Quando escrevo sobre fazer sentido, penso que quando não cremos e não vivenciamos o evangelho, a ponto de negar a si mesmo e carregar a cruz, talvez não tenhamos a coragem, criatividade e disposição para anunciar Jesus Cristo por onde passarmos.

Sobre vivenciar e levar a sério as orientações de Jesus, o escritor A.W. Tozer escreveu que “o cristão vive e morre pelo Livro”, por ter tal convicção de fé no Cristo da cruz, os crucificados com Cristo, ou seja, aqueles que de modo voluntário escolhem abrir mão das suas vontades e desejos, para abraçar a vontade e desejo de Deus.

Em minha humilde opinião, somente os que com a ajuda do Espírito Santo, optam em negar a si mesmo, poderão com vigor constante se envolver com a missão, com a evangelização, pois primeiro faz todo sentido para ele, sendo assim, poderá com maior convicção, fé e dedicação realizar o ide de Jesus com maior eficácia.

Enquanto eu estava como empresário, sempre tive o pensamento que uma venda somente poderá ter maior êxito, quando quem vende é o primeiro a comprar, ou seja, como eu vou vender um produto para outras pessoas, se eu mesmo não tiver convicção da qualidade e custo benefício desse produto. Claro que, em se tratando de Reino de Deus, sabemos que o Espírito Santo desempenha papel importante junto aos cristãos na pregação do evangelho, entretanto, não exime os cristãos de vivenciarem o evangelho que pregam aos outros.

Acredito que vivenciar o evangelho, para isso se faz necessário negar a si mesmo, nos ajuda a falar sobre ele com mais ânimo, com mais convicção e talvez esse fato possa contribuir com a fé nos outros, podendo ver em nós o efeito da palavra de Deus.

O apóstolo Paulo escreveu aos Gálatas 1.06-09, que estava admirado que tão depressa os crentes em Jesus estivessem flertando com outros ensinamentos que, nada tinham a ver com o evangelho de Cristo. Os judaizantes estavam infiltrando seus ensinamentos na igreja, convencendo alguns cristãos a voltarem ou inserirem práticas meramente religiosas que nada de modo prático poderia contribuir com a santificação, purificação ou salvação.

Penso que as vezes alguns cristãos podem ser tentados a optarem pelas práticas religiosas divorciadas de uma vida real e santa com Deus, o que, colocaria até mesmo os chamados cristãos na mesma bacia do mundo religioso.

Com objetivo de destacar a importância de uma vida crucificada com Cristo, Lidório (2014, p.140) escreve que “antes de ser chamada para anunciar o evangelho de Deus, a igreja foi revestida de autoridade para ser santa, ser fiel e viver toda a plenitude do evangelho.”

Se cremos que os milagres e ações sobrenaturais de Deus contribuem com a realização da missão, proponho considerarmos que também o ato de negar a si mesmo, carregar a cruz e seguir a Jesus certamente contribuirá com a nossa pregação, com a evangelização, pois as pessoas não somente nos escutarão, mas também poderão constatar em nossa forma de viver o efeito poderoso do evangelho de Cristo.

Uma geração de crentes que acredita não ter que suportar frustrações, dores, provações, enfermidades e até a morte física, está em minha opinião, fadada a não conseguir pregar o evangelho de modo pleno, ou seja, não somente através da oratória, mas também na forma como age e reage com as demais pessoas e situações.

Às vezes ouço irmãos e irmãs de fé, dizendo que precisamos ter a vida no altar, no sentido de obedecer e agradar a Deus, ou ainda, que o altar no templo é “santo”, fazendo menção de lugar aonde Deus está.  Quando penso que Deus está em todo lugar, eu me apavoro, pois sei que não existe um só momento em que Ele não esteja me vendo, ou ainda, que eu possa fazer algo e enganar ao Senhor. Sobre o entendimento de altar, em uma vida crucificada, precisamos considerar que o altar em sua função religiosa dos tempos antigos, era lugar de oferecer sacrifícios para agradar a Deus e aplacar a sua ira. Segundo Rodrigues (2004, p.85) “o altar é lugar de morte”, morte essa que se refere a negar os nossos desejos mais íntimos e intensos, trocando-os por agradar a Jesus.

Imaginemos qual seria o crédito daquele que prega o evangelho, mas não o tem como regra de fé e prática em sua vida, provavelmente a não vivência do que prega teria efeito negativo, as pessoas não acreditariam, justamente por conhecerem a história desse descuidado pregador (a).

Pesando sobre isso, podemos ter alguns pensamentos do tipo, será então que algum cristão está apto para pregar o evangelho, pois é difícil e até contra o que o evangelho diz (1 João 1.10), entretanto podemos ter um coração puro e reto, não sendo hipócritas, antes porém, reconhecendo nossas mazelas, confessando e pedindo ajuda a Deus para não tornar a pecar.

O apóstolo Paulo relata sobre os riscos literais que enfrentou por amor a Cristo, para pregar o evangelho, mas também como o negar a si mesmo faz parte do processo de resiliência cristã, segundo Rodrigues (2004, p. 85) “o processo de mortificação deve desenvolver-se de maneira diária, conforme escreveu Paulo aos Coríntios: “Dia após dia morro!” (1 Coríntios 15.31).

 

Recorte >>> A relação de estar crucificado em Cristo e a missão.

Inicio essa escrita me recordando de um evento que participei a alguns anos, aonde a proposta de seus organizadores era apresentar uma gama de produtos que, segundo eles, traria saúde física dentre outros benefícios as pessoas, em uma plateia com aproximadamente mil pessoas, os organizadores do evento tinham uma oratória que inflamava e motivava as pessoas a não somente acreditarem, mas a comprarem os produtos para serem distribuidores.

Naquele dia, estava presente um norte americano que deu depoimento sobre o seu êxito, como havia feito fortuna sendo um distribuidor daqueles produtos, alguns brasileiros também mostraram no telão seus sucessos, casas luxuosas, carros importados, vestiam roupas de grife e embalados por músicas e muita produção audiovisual, se esforçavam para convencer os presentes que eles também poderiam ser os próximos milionários.

No estacionamento do hotel foi possível ver alguns carros importados luxuosos e várias pessoas em volta tirando foto, a empolgação parecia ter alcançado um número grande do público presente. Nos corredores do hotel, no salão de eventos e no restaurante não havia outro assunto, senão que, seria possível ficar rico, ter êxito, ter o primeiro milhão e coisas semelhantes a essas.

A organização do evento parece ter pensado em tudo, boa música, boa comida, ótimo Hotel, um excelente marketing que era reforçado pelos depoimentos e fotos que evidenciavam as conquistas, casas, carros, viagens e muito dinheiro no banco, essas eram as promessas para aqueles que ingressassem como distribuidores dos produtos da empresa.

Penso que muitos compraram seus primeiros lotes dos produtos, provavelmente levados por todo esse contexto de possibilidades e êxitos, levados não somente pelas informações técnicas, mas também pelos depoimentos e constatações em loco (carros importados), além de fotos de algumas propriedades apresentadas como sendo fruto do trabalho como distribuidor (a).

Muito provavelmente, uma parte considerada dos distribuidores (as), provavelmente não conseguiriam ter 1/3 do que foram levados a sonhar, mas ainda assim, estavam envolvidos e dedicados em falar bem dos produtos, abrir clientes e seguir propagando a marca.

A história que relatei acima, servirá para falarmos sobre alguns pontos que quero propor como reflexão, se de um lado, uma empresa pensa que para poder obter resultados de sucesso é importante fortalecer a sua imagem aumentar a confiabilidade de seus produtos, proponho que pensemos sobre a missão de Deus, desde a entrega de seu Filho para morrer na cruz, até sermos alcançados pelo evangelho e poder anunciar o mesmo a outras pessoas.

É claro que uma empresa tem interesse em lucros, dinheiro, bens, posses, poder, fama e um bom nome no país e no mundo, ou seja, é outro reino, geralmente não o reino de Deus, com os objetivos e princípios que geralmente não são os de Cristo.

O Criador de todas as coisas, decidiu planejar a salvação da sua criatura, os seres humanos foram o foco na prancheta de Deus, Ele investiu pesado, enviou seu Único Filho para inaugurar a missão que nenhum dos homens teria condições de realizar, não só iniciou, mas chamou, capacitou e enviou os seus discípulos para seguirem campo missionário afora.

Assim como uma empresa se preocupa com todo o processo para auferir ganho, Jesus também pensou em tudo, entretanto para dar a vida eterna aos seres humanos que estavam fadados ao inferno e a morte eterna, não nos deixando órfãos (João 14.16-18), nos capacitando com o Espírito Santo e seus dons (Atos 2, 1 Coríntios 12), nos chamando para a obra do ministério, juntos com Ele (Efésios 4.11,12), para benefício da Igreja.

Considerando todo o plano de Deus, os crentes são chamados não somente para a salvação, mas também para serem responsáveis em seu modo de viver, segundo Tozer (2020, p.24), “viver a vida crucificada não é uma jornada para os fracos de coração. A jornada é dura e repleta de perigos e dificuldades, e não termina até vermos Cristo.”

Penso que é importante considerarmos que nossos comportamentos podem tanto nos motivar, bem como influenciar positivamente ou negativamente outras pessoas, dependendo do modo como encaramos a vida cristã. Segundo Lidório (2014, p.117), ressalta que “nossa identidade e relacionamento em Cristo levam-nos a um engajamento com as coisas de Cristo.”

Acredito que uma vida mais engajada na realização da missão, pode ser possível, quando primeiro temos um encontro real com Cristo, segundo Lidório (2014, p.117) “há uma importante relação entre a nossa vida cristã e o envolvimento com a missão. De certa forma são assuntos indissociáveis.”

Como podemos ensinar as pessoas e querer que elas levem a sério o evangelho de Cristo, se nós como cristãos não levamos, não se trata de não ter pecados, mas de ter a consciência do que Cristo quer e nos esforçarmos com a ajuda do Espírito Santo para dar testemunhos digno de Jesus.

Estar crucificado em Cristo implica em chorar com os que choram, amar como Jesus amou, ter uma vida prática que identifique ao mundo que somos de Jesus, Lidório (2014, p.118), ressalta escrevendo que “fico apreensivo quando a igreja passa a definir sua experiência de fé a partir de seus ajuntamentos solenes e não dos seus relacionamentos.”

Me parece que se não tivermos uma vida crucificada em Cristo, a mensagem do evangelho em nossas bocas pode, provavelmente não ser digna de crédito por alguns dos nossos ouvintes, ainda que o evangelho tem em si mesmo o poder de libertar, transformar e salvar as pessoas, todavia os nossos comportamentos inadequados certamente poderão oferecer munição para algum tipo de resistência.

Para Tozer (2020, p.32) “os ensinos de Jesus nos são caros e por meio deles podemos guardar seus mandamentos e provar que o amamos.”

Penso que qualquer discurso que extinga a responsabilidade do cristão, quanto a terem uma vida que honre a Cristo com comportamentos mais bíblicos, ou seja, negando a sua própria vontade que geralmente é inimiga de Deus, não merece crédito.

Concordo com Tozer (2020), quando diz que quanto maior e mais importante for o edifício, tendo de dar conta de muitas demandas, maior e bem mais estruturado precisa ser o alicerce, o nosso alicerce é Jesus Cristo, então Nele temos todo o apoio e condições para nos manter em Deus e servi-lo na realização da missão.

Em consonância com a necessidade dos cristãos estarem crucificados em Cristo, Mateus 5.13-16, registra que a Igreja precisa ser o que dá sabor e o que ilumina as pessoas que ainda não se arrependeram e não confessaram Jesus como o seu Único Senhor, entretanto, se nossos comportamentos como Igreja não indicarem sermos de Cristo, como poderemos dar sabor as vidas sem Deus e iluminar os que ainda não conhecem a Luz que é Cristo. Segundo Lidório (2014, p.154), sobre ser sal da terra e luz do mundo “[…] Jesus está aqui demarcando o campo de ação da igreja a partir de sua identidade.”

Para fazermos a diferença na terra, precisamos ser diferentes, segundo o exemplo de Cristo, segundo Lidório (2014, p.157) “temos de nos esforçar para assumir a nossa identidade cristã como sal e luz – uma comunidade chamada para fazer a diferença na terra.”

Considerando que a morte de Jesus na cruz, fez com que pela fé em Jesus sejamos filhos de Deus, podemos pensar que fazendo parte da família de Deus, também temos responsabilidades com essa família. Muito provavelmente alguns cristãos passaram a enxergar o ser discípulo de Jesus, apenas como em fazer parte de uma denominação, ou ainda, poder demonstrar a sua fé (religiosa) com certos trejeitos que de alguma forma seja capaz de identificá-los como parte de algum segmento cristão.

Alguns baratearam a graça, tornando a expressão de amor de Deus, a graça encarnada que foi Jesus enviado para estar entre nós, como uma desculpa para não terem nenhuma ou quase nenhuma responsabilidade no tocante a santificação de suas vidas, quando esses deveriam ser safra reservada exclusivamente para Deus.

Quanto a banalização da graça de Deus e a falta de santificação de alguns crentes, Tozer (2020, p.130), escreve “visite sites de igrejas, e o seu coração ficará apertado. Chegamos a este estado precário por causa de uma ênfase quase fanática na graça, chegando à total exclusão da obediência, da autodisciplina, da paciência, da santidade pessoal, do chamado para levar a cruz, do discipulado e de outras doutrinas neotestamentárias igualmente preciosas.”

O apóstolo Paulo não só abriu mão de sua religiosidade e justiça segundo o seu entendimento (Filipenses 3.03-09), como também escreveu aos Gálatas que estava crucificado com Cristo (Gálatas 2.20), ou seja, se sujeitando a um padrão de vida que o Senhor requereu dele e requer dos cristãos.

A relação que busco explicitar entre estar crucificado em Cristo e realizar a missão, tem a ver com viver de modo coerente com o que estamos pregando acerca do que Cristo faz e do padrão de vida radicalmente diferente do padrão do mundo.

Acredito que é um contrassenso falarmos de Jesus para o mundo, ou seja, propor que as pessoas venham a Cristo e que se moldem ao padrão Dele, e ao mesmo tempo não termos uma vida como Jesus ensina.

Para Rodrigues (2004, p.86) “a formação de Cristo em nós acontece de duas maneiras: Primeiro, tudo aquilo que está fora dos padrões de Deus vai sendo expurgado de nosso interior; mudamos nossa maneira de pensar, nosso modo de agir, de vestir e até de falar. Segundo, na medida que nos esvaziamos de toda herança trazida do mundo, nos enchemos de Cristo.”

Quando o cristão tem uma vida mortificada em Cristo, a missão passa a fazer sentido, desde a motivação até a disposição de negar a si mesmo e sofrer por amor ao Senhor. Segundo Rodrigues (2004, p.88) “os pilares do verdadeiro caráter cristão são erguidos sobre o solo da cruz. Tudo começa na cruz, permanece na cruz e termina na cruz. Esse é o processo de formação de Cristo em nós – uma vida de plena mortificação.”

Estar crucificado em Cristo, significa de modo voluntário por meio da fé, pedir, permitir e querer estar preso a Jesus, podemos lembrar da escolha de um escravo que podendo ser livre escolhe de livre vontade permanecer servindo a seu senhor (Êxodo 21.01-06), até porque não queria ser livre e deixar esposa e filhos como escravos, quanto aos cristãos penso que podemos ir além desse pensamento, pois sendo livres (não sendo escravos literalmente) de senhores, escolheram ter a Jesus Cristo como o seu Único Senhor.

Não por força ou ameaças, mas por crer e confiar em Cristo, os cristãos escolhem de modo voluntário abrir mão do comando de suas vidas e o entrega a Cristo, aceitam crucificar na cruz suas paixões e vontades, em prol de obedecerem e agradarem ao Senhor, sendo unidos pelos laços da cruz.

 

Êxodo 21

01 “São estas as leis que você proclamará ao povo:
02 “Se você comprar um escravo hebreu, ele o servirá por seis anos. Mas no sétimo ano será liberto, sem precisar pagar nada.
03 Se chegou solteiro, solteiro receberá liberdade; mas se chegou casado, sua mulher irá com ele.
04 Se o seu senhor lhe tiver dado uma mulher, e esta lhe tiver dado filhos ou filhas, a mulher e os filhos pertencerão ao senhor; somente o homem sairá livre.
05 “Se, porém, o escravo declarar: ‘Eu amo o meu senhor, a minha mulher e os meus filhos, e não quero sair livre’,
06 o seu senhor o levará perante os juízes. Terá que levá-lo à porta ou à lateral da porta e furar a sua orelha. Assim, ele será seu escravo por toda a vida. (NVI)

Quando pensamos em ser escravos de Cristo voluntariamente, em mortificar a própria carne, penso que é sempre adequado lembrar que uma vida crucificada em Cristo nos dá autoridade para também falarmos de Jesus.

Para Lidório (2014, p.140) “a autoridade cristã, em uma perspectiva bíblica, baseia-se em nossa identidade – quem somos em Cristo. Apesar disso, seria uma hipocrisia, nos moldes do evangelho, usarmos de autoridade espiritual para “amarrarmos” qualquer força maligna no mundo em que vivemos, se não nos dispomos a, primeiramente, “amarrar” o pecado carnal que controla a nossa vida.”

Não basta saber quem é Jesus, pois isso os gnósticos sabiam, mas não tinham vida cristã na prática, precisamos viver Cristo todos os dias. Na realização da missão é importante estar em comunhão com o Senhor, não tem como estar crucificado em Cristo se tivermos apenas o saber, sem, entretanto, ter vida cotidiana cúltica e real com Jesus. O temor a Cristo, a obediência e disciplina em viver segundo os mandamentos de Deus, acabam por fortalecer a identidade do cristão segundo o exemplo de Jesus.

 

Atos 19 

13 Alguns judeus que andavam expulsando espíritos malignos tentaram invocar o nome do Senhor Jesus sobre os endemoninhados, dizendo: “Em nome de Jesus, a quem Paulo prega, eu lhes ordeno que saiam! ”
14 Os que estavam fazendo isso eram os sete filhos de Ceva, um dos chefes dos sacerdotes dos judeus.
15 Um dia, o espírito maligno lhes respondeu: “Jesus, eu conheço, Paulo, eu sei quem é; mas vocês, quem são?
16 Então o endemoninhado saltou sobre eles e os dominou, espancando-os com tamanha violência que eles fugiram da casa nus e feridos.
17 Quando isso se tornou conhecido de todos os judeus e os gregos que viviam em Éfeso, todos eles foram tomados de temor; e o nome do Senhor Jesus era engrandecido.  (NVI)

  

Ponto de contato >>>

 OS CRUCIFICADOS EM CRISTO PERMANECEM REALIZANDO A MISSÃO

Argumentação >   

 

Penso que quando um cristão desiste de negar a si mesmo e a seus desejos por amor a Cristo, tampouco esse cristão conseguirá seguir engajado na evangelização por onde passar.

Quanto sofrimento os apóstolos enfrentaram, quanta humilhação e perseguição, somente por pregarem o evangelho de Jesus, entretanto, nada os fez desistir, antes, porém, seguiram levando uma vida verdadeiramente piedosa e dedicada a missão. Parece que nem todos os cristãos estão dispostos a dizer não as suas próprias paixões, nem todos estão dispostos a tolerar qualquer nível de dor e adversidade e ainda assim se manter firme na realização da missão.

Acredito que precisamos retomar e viver os valores cristãos que de algum modo fortalece a nossa identidade em Cristo, considerando ainda que, mesmo obedecendo a Deus não seremos isentos dos sofrimentos, dores, perdas e perseguições.

Quem é alcançado por Jesus e de fato permite ser modificado, quem é ensinável, poderá se alegrar por dizer não aos seus próprios desejos e vontades, poderá pregar o evangelho não somente através da oratória, mas com a sua própria vida. Segundo Tozer (2020, p.27) “muitos cristãos falam sobre viver a vida crucificada, mas nada em sua vida indica que algum dia eles iniciaram a jornada. Eles ficam tão felizes por não serem o que eram que não conseguem ver o que Deus deseja que sejam.”

 

  

Para se pensar…

Verdadeiramente acreditamos que basta conhecer a bíblia, não procurando vivê-la, será que pensamos que Deus espera que sejamos excelentes ativistas em seu reino, mas não cidadãos desse reino.

Quantas vezes já nos pegamos pregando a bíblia para outras pessoas, como uma verdade absoluta, entretanto percebemos que para nós próprios não é uma verdade tão presente em nossas ações do dia a dia. 

Que possamos escolher voluntariamente permanecer servindo a Cristo, como o escravo que mesmo tendo o direito de ser livre, prefere continuar na casa e servindo a seu senhor, que possamos escolher crucificar nossas paixões em Cristo, mesmo que nossa carne trema, mesmo que nossa alma chore, todavia prefiramos estar crucificados em Cristo, seguindo na realização da missão.

 

2020 – O Ano da Evangelização
de uma igreja bíblica e relevante

Pastor Ronildo Queiroz
Serviçal da Igreja de Jesus Cristo

 

Referências

LIDÓRIO, R. Sal e Luz: compreendendo, vivendo e praticando a missão. Revisão Rita Leite. Belo Horizonte: Betânia, 2014.

RODRIGUES, J. A ação da cruz: transformando-o à semelhança do filho de Deus. Goiânia: Missão Cristã Mundial, 2004.

TOZER, A.W. A vida crucificada: Como viver uma experiência cristã mais profunda. Compilado e editado por James L. Snyder; tradução Lucy Yamakami. São Paulo: Editora Vida, 2020.