Pastoreio #71

A ESSÊNCIA DO DISCIPULADO

Iniciaremos mais um ano, com mais uma temática, dessa vez falaremos sobre o que considero extremamente importante para a consolidação da vida do cristão, o ato de discipular, que talvez não esteja tão claro para alguns, ou ainda, talvez por ter sido algo que de modo declarado ou consciente não fez parte da nossa cultura ou tradição. Vale aqui ressaltar, ainda que, em nossa denominação, talvez de modo não oficializado ou tão consciente, nossa liderança e pastores antes de nós, certamente instruíram os mais jovens segundo a palavra de Deus, bem como exerceram algum tipo de influência que podemos ver nas gerações seguidas a eles.

Penso ser relevante deixar bem claro que, o discipulado que nos propomos realizar, não pode ser reduzido a uma fórmula “mágica” para fazer crescer em números a membresia da igreja local, tampouco nossa intenção enquanto liderança da denominação foi de arrumar uma “atividade” para completar a agenda.

O discipulado a exemplo do que fez Jesus, nos fornece no Novo Testamento. Uma série de considerações e ações que passam do negar a si mesmos a fazer pelo outro como sendo a si próprio.

Confesso que o fazer discípulos é uma tarefa difícil considerando que, cada pessoa tem as suas subjetividades e, por isso mesmo, não temos como ter uma fórmula pronta que possa simplesmente ser replicada quanto ao modo como lidamos uns com os outros. Entretanto a palavra de Deus é única e poderosa, eficaz em sua ação, bastando a meu ver que, desenvolvamos a habilidades de modo adequado no trato uns com os outros, ou seja, precisamos nos esforçar para construirmos vínculos mais consolidados o que, na minha opinião, nos ajudará a ter uma abertura maior e com menos resistência com as pessoas com as quais vamos evangelizar e discipular.

Algo que precisamos ter bem claro é o que diz Phillips (2008), que discipular não significa que os discipuladores irão converter as pessoas, o ato de conversão cabe ao Espírito Santo que não somente caminhará com as pessoas, mas também as convencerá a negarem a si mesmas e carregar a cruz.

Já escutei relatos de líderes que se diziam arrependidos por terem investido tempo, recursos financeiros e relacionamento com seus discípulos e em dado momento da caminhada esses discípulos colocarem tudo a perder, as vezes deixando a Cristo ou em outras falas, deixando o discipulador e a denominação. Ainda que a primeira decisão a meu ver seja a mais preocupante, ou seja, o deixar a Cristo, compreendo que quando nos relacionamos com pessoas, principalmente com aquelas em que investimos tempo, obviamente estabelecemos um nível de proximidade e intimidade maior, o que em um rompimento provavelmente pode nos trazer algum desconforto, talvez isso seja um fator que venha desmotivando o discipulado de pessoas.

Não podemos perder de vista que até mesmo Jesus em sua escolha dos doze, teve mais e menos êxito com os seus discípulos, por exemplo, Judas Iscariotes podemos considerar um caso de insucesso, ainda que, Jesus já sabia que o mesmo falharia (Lucas 22.47-48).

Percebamos que cada discípulo teve uma dinâmica de comportamento diferente, quanto ao entender e ao seguir os ensinamentos de Jesus, mesmo o Mestre compartilhando do mesmo ensino, exemplo e poder com todos os seus discípulos. Podemos recordar, por exemplo, a dinâmica de Pedro que talvez cheio de si achava estar pronto para ir até a morte por Jesus, mas acabou negando-o (João 18.25-27).

A ideia aqui é explicitar, que como discipuladores não podemos nos desanimar com os não êxitos ou insucessos dos discípulos, ainda que aos nossos olhos, todavia precisamos nos manter firmes no propósito de fazer discípulos, sabendo que o nosso papel é lançar a semente e regar, a mudança de mente e comportamental se dará entre Deus o discípulo.

O êxito ou sucesso de um discípulo não depende única e exclusivamente do discipulador, antes, porém, da sua fé, vida com Deus e dependência Dele, bem como da sua disposição voluntária de carregar a cruz.

Carregar a cruz, segundo MacDonald (2009, p.14) “é como diz C.A. Coates, “um caminho que, no que tange a este mundo, é de desonra e desprezo.” A cruz simbolizava a vergonha, a perseguição e o abuso que o mundo lançará sobre todo aquele que optar por seguir contra a corrente. Qualquer crente pode evitar a cruz simplesmente conformando-se ao mundo e aos seus modos.”

Quando tomamos a decisão de formar discípulos, não significa que teremos êxito com todos eles, talvez nem todos os que discipulamos seguiram adiante, mas isso não pode nos desanimar de seguirmos nos dedicando a ensinar e ajudar as pessoas a serem o que Jesus quer que sejamos, sendo assim, é importante nos mantermos firmes e constantes na arte de discipular.

Penso que também é importante chamar a atenção para o papel do discipulador, considerando segundo Phillips (2008, p.19), que o “discípulo é o aluno que aprende as palavras, os atos e o estilo de vida de seu mestre com a finalidade de ensinar outros.”, sendo assim, o discipulador precisa ter um adequado conhecimento bíblico, um certo controle de suas emoções, um bom testemunho com os não cristãos e com os cristãos para que nesse conjunto de variáveis o discípulo de algum modo seja beneficiado.

Com essa introdução, vamos seguir com o pastoreio buscando refletir e alcançar alguns entendimentos que nos ajudem a ser discípulos de Jesus, bem como ter a capacidade e sensibilidade dada pelo Espírito Santo para poder discipular outras pessoas.

Entretanto, com uma certeza desde o ponto de partida desse pastoreio sobre a essência do discipulado, que precisamos vencer algumas barreiras desafiadoras, uma delas e talvez a mais difícil, segundo MacDonald (2009, p.13), seja que “o amor a si mesmo é um dos mais fortes impedimentos ao discipulado”, sendo assim, temos um grande desafio pela frente, mas para a nossa alegria, temos o Espírito Santo conosco para nos ajudar e vencer.

Recorte – QUAL A ESSÊNCIA DO DISCIPULADO?

Penso que para discipular uma pessoa, primeiro precisamos saber desenvolver vínculos de tal modo que as pessoas de fato possam acreditar que temos um real interesse por elas, pois somente assim poderão nos escutar. É claro que não podemos desconsiderar a ação e o mérito do Espírito Santo que, não somente comunica, interage, convence, bem como pode fazer com que as pessoas caminhem juntas nesse processo discipular.

Penso que em todo o processo discipular, nada pode ser ensinado ou feito sem que Jesus Cristo não esteja no centro, sem que o exemplo seja o Dele, sem que o seu evangelho seja a base norteadora dos ensinamentos para as vidas daqueles que querem ser discípulos de Jesus.

Nossos esforços precisam ser contínuos no sentido de buscar, como filhos e filhas de Deus, agradar ao Criador, sendo obedientes à sua palavra, o amor do Pai por nós deve nos levar a refletir e avaliar o que podemos ou não fazer, levando sempre em conta a vontade do Eterno.

Quando falo da essência do discipulado, penso que a razão do discipulado precisa ser sempre a de implantar os ensinamentos de Cristo nas pessoas, seria como implantar Jesus em cada um que deseja seguir a Ele.

Ao lermos os evangelhos, perceberemos que Jesus se empenhou em ensinar e mostrar aos seus discípulos como deveriam expandir o reino de Deus, não foi somente oratória, mas também foi comunhão, manifestação de poder, testemunho pessoal, amor sincero pelos seus alunos e ajuda aos mesmos sempre que precisaram.

Segundo Phillips (2008, p.19), “durante a Idade de Ouro da Grécia, o jovem Platão podia ser visto caminhando pelas ruas de Atenas em busca de seu mestre: o maltrapilho, descalço e brilhante Sócrates. Aqui, provavelmente, estava o início de um discipulado. Sócrates não escreveu livros. Seus alunos escutavam atentamente cada palavra que ele dizia e observavam tudo o que ele fazia, preparando-se para ensinar a outros. Aparentemente, o sistema funcionou. Mais tarde, Platão fundou a Academia, onde Filosofia e Ciência continuaram a ser ensinadas por 900 anos. Jesus usou relacionamento semelhante com os homens que ele treinou para difundir o Reino de Deus. Seus discípulos estiveram com ele dia e noite por três anos.”

Percebamos que a razão de ser do discipulado é Jesus e a sua mensagem, ou seja, toda e qualquer razão ou objetivo que esteja fora disso me parece estranho para ser chamado de discipulado cristão.

O discipulado não pode servir para alimentar o nosso ego, para formar fãs, ou ainda, para implantar nas pessoas ideias divorciadas do evangelho de Cristo, seja no local que for, com os materiais que forem, com a metodologia que escolher, nunca o centro do discipulado pode deixar de ser Jesus Cristo.

A essência do discipulado, Jesus e o evangelho, nos leva a ter uma maior proximidade com Deus e menos com as coisas terrenas, a proximidade com o Senhor nos transforma de tal modo que, passamos a ter pensamentos e comportamentos muito diferentes dos que tínhamos antes de Cristo entrar em nossas vidas.

Sobre o que podemos ou não priorizar, segundo MacDonald (2009, p.19), escreveu que, “John Wesley disse corretamente: “acumular tesouros na terra é tão claramente proibido por nosso Mestre como o adultério e o assassinato.”

Se mantivermos a essência do discipulado e da vida cristã, Jesus e o evangelho, certamente teremos êxito no processo discipular, segundo Phillips (2008, p.25), escreveu que, “nenhuma pessoa é um fim em si mesma. Todo discípulo faz parte de um processo, parte do método escolhido por Deus para expandir seu Reino por meio da reprodução. Sabemos isso porque Cristo fez discípulos e ordenou-lhes que fizessem discípulos (Mt. 28.19).”

Ao longo do processo discipular, podemos verificar algumas ações importantes que contribuem com o desenvolvimento dos discípulos, se preocupar com eles, se mostrar disponível para escutar,  ligar ou ter tempo para conversar, deixar claro que Jesus é o modelo a ser seguido, penso ser saudável o discipulador também aprender com o discípulo, afinal de contas quem não tem algo a aprender, sem falar que uma conduta mais humilde do discipulador certamente poderá contribuir de modo positivo no processo discipular.  A exemplo de Jesus, segundo a escrita de Paulo, mesmo o Mestre sendo superior aos seres humanos, não usou a sua prerrogativa de ser Deus.

Filipenses 2

06 Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,
07 Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
08 E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. (ACF).

Penso que um dos entraves para o bom desenvolvimento do discipulado, pode ser um comportamento arrogante do discipulador, as vezes o modo como o discipulador lida com o seu aprendiz, pode favorecer um distanciamento, ao invés, de um maior vínculo.

Para nossa maior reflexão acredito que podemos pensar em uma resposta mais adequada para a seguinte pergunta:

Qual a razão de nos dedicarmos a auxiliar alguém de modo sistemático e com uma maior proximidade social, afetiva, pedagógica e espiritual?

Nos dedicamos a investir parte do nosso tempo para estar, orientar, orar e ajudar pessoas a serem mais parecidas com Jesus, quando poderíamos nos dedicar a nós mesmos, nos aperfeiçoando e consolidando nossa vida cristã.  Novamente voltamos a essência, Jesus e o evangelho, ou seja, por crermos Nele, seguimos obedecendo as suas orientações (Mateus 28.19-20).

Acredito que todo cristão maduro na fé provavelmente irá perceber que não tem como viver a sua vida sem se importar com a missão dada por Jesus. Estamos em missão seja no lazer, no trabalho, na família, nas universidades ou escolas, no dia a dia, somos discípulos de Cristo com a responsabilidade de influenciar outras pessoas a crerem e seguirem a Jesus.

Ainda que temos nossos afazeres, nossas dificuldades, dores e frustrações, bem como alegrias, saúde e sucessos, penso não ser prudente perdermos de vista o exemplo de Jesus.

Ainda sobre prioridades, MacDonald (2009, p.25), escreveu que, “George Müller acreditava: “que tristeza será ver um servo que procura ser rico, grande e honrado neste mundo onde seu Senhor foi pobre, inferior e desprezado.”

Penso que os cristãos podem ter seus bens materiais, trabalhar para se manterem e até ter certa reserva financeira ou patrimonial, entretanto a fala de George Müller me parece ressaltar que, os bens materiais dessa vida e as coisas que são temporais e passageiras, não podem ocupar o lugar de prioridade em nossas vidas.

Segundo MacDonald (2009, p.26), “contudo, além dessas necessidades legítimas, o cristão deveria viver de maneira frugal e sacrificial para a expansão do evangelho. Seu lema, tal qual o de Anthony Norris Groves, deveria ser “Trabalhe muito, consuma pouco, dê bastante – e tudo para Cristo.”

A exemplo de Jesus os cristãos precisam manter o foco, não se deixando seduzir pelos encantos terrestres a ponto de se esquecerem de quem são, a quem servem e qual a missão em nome de Cristo estão incumbidos de realizar.

Quando damos vazão às nossas carências emocionais e à necessidade de um reconhecimento seja ele em qual área da vida for, podemos sem perceber nos distanciar dos propósitos de Deus, segundo MacDonald (2009, p.50), “a carne não deseja assumir a posição de completa dependência de um Deus invisível. Ela procura gerar um colchão de amortecimento contra possíveis perdas. Se não puder ver aonde está indo, ela é capaz de sofrer um colapso nervoso total.”

Penso que o discipulado não pode ser resumido a um encontro para comer, beber e conversar, ainda que tudo isso pode fazer parte, mas considerando que “se não soubermos  aonde queremos chegar qualquer lugar serve”, parece ser interessante termos um planejamento para alcançar o objetivo, e nesse ponto, acredito que ter materiais pode ajudar a cadenciar o discipulado, como temos em nossa denominação, assim de modo sistemático, provavelmente poderá  nos auxiliar na condução do processo discipular.

No processo discipular vamos encontrar a leitura da bíblia, oração, aconselhamento, relacionamento, podendo ter livros que auxiliem a condução do processo, bem como relacionamentos interpessoais que comuniquem interesse pelo discípulo.

Segundo Phillips (2008), a mensagem deixada por Jesus e a forma como ele treinou as pessoas devem ser as bases do discipulado, se esses pilares não fizerem parte dos métodos e sistemas adotados pela igreja, muito provavelmente não terão o êxito com a qualidade exigida por Cristo.

De acordo com Phillips (2008, p.166), “o método do Mestre era “Seja como eu sou” paralelamente ao treinamento prático que o levou a se retirar. Somos sábios se seguirmos seu exemplo.”

Proponho que pensemos como um resumo da essência do discipulado – os ensinamentos dos evangelhos – o exemplo ou testemunho de Jesus – o método ou forma como ele realizava o seu discipulado e constância no ato de discipular, considerando que a conversão das pessoas é assunto para Deus e cada um em sua individualidade, sendo assim, sigamos sem esmorecer fazendo discípulos, confiantes em Cristo.

Ponto de Contato >>>

O QUE NOS TEM IMPEDIDO DE DISCIPULAR PESSOAS?

Argumentação >

Penso que ao longo dos anos existiram muitos discipuladores gerando muitos discípulos, inspirados na leitura dos evangelhos e exemplos deixados por Jesus e seus discípulos. A grande questão na qual acredito é que talvez não houvesse uma consciência, ou ainda, uma priorização do ato de fazer discípulos de modo mais  sistemático e com uma maior priorização, aparentemente as igrejas se ocuparam muito mais com seus programas e atividades (congressos, festas, campanhas dentre outros ativismos) talvez não percebendo que para a consolidação dos novos cristãos em Jesus, seria necessário um acompanhamento mais de perto com apoio de crentes mais experimentados na fé em Cristo.

Provavelmente a cultura do ativismo praticada a anos dentro de algumas igrejas, pode ter contribuído para uma não atenção às necessidades desses novos cristãos que precisaram ser discipulados, mas que talvez não tenham sido como Jesus ordenou.

Considero ainda que, um dos entraves ao discipulado bíblico, pode ter sido a necessidade ou vaidade por parte de alguns cristãos mais vividos na fé que buscaram reproduzir suas ideias, gostos e opiniões em seus discípulos, ao invés de ensinarem aos mesmos a palavra de Jesus e seus princípios teóricos e comportamentais.

É preciso ressaltar que tais equívocos em um processo discipular não estão restritos ao passado, mas também nos dias atuais a vaidade e soberba de alguns cristãos tem de forma distorcida tentado reproduzir discípulos a sua própria imagem e não segundo a imagem de Cristo.

Outro ponto importante que podemos levar em conta é que fazer discípulos dá muito trabalho, ou seja, o discipulador precisará despender de seu tempo e dedicação a outra pessoa ou pessoas, esse trabalho parece em um primeiro momento não colocar em evidência quem discipula, fato esse que pode fazer com que a liderança da igreja ou os discipuladores acabem por desanimarem de se dedicarem a tal tarefa. É importante lembrarmos que não somente o mundo ficou muito mais competitivo, mas também as igrejas parecem ter entrado no mesmo ritmo de competição no meio evangélico e religioso de modo geral.

Para alguns pastores o que mais tem importado é a quantidade, não só no número de membros, mas no tamanho do templo e na luxuosidade e tecnologia que possa demonstrar “poder”, isso a meu ver, tem contribuído e até estimulado algumas igrejas a não se dedicarem ao fazer discípulo (Mateus 28.19-20), com a ênfase que deveriam dar.

A agenda dos dias atuais também me parece um dos obstáculos a ser vencido, pois além das nossas tarefas da vida cotidiana (trabalho, família, casa, vida pessoal e etc.), temos os inúmeros compromissos na igreja que se não forem bem administrados podem contribuir de modo significativo para não praticarmos o ato de discipular pessoas.

Acho importante avaliarmos as prioridades, se refletirmos sobre isso será possível chegar a conclusões mais claras sobre o que de fato é mais importante a ser feito, Jesus deixou a sua glória para encarnar-se como um ser humano, viveu e interagiu com a sua criação vindo a morrer por ela na cruz do calvário, para poder salvar o que se havia perdido.

Entendo que o maior objetivo no plano de Deus seja santificar e salvar a criação que por conta da desobediência escolheu não ouvir ao Criador trilhando seu próprio e perigoso caminho, caminho que conduz a morte eterna, entretanto Jesus veio para orientar, caminhar junto, ajudar, ser o exemplo e morrer na cruz, tudo isso por amor, para nos salvar.

Enquanto denominação e pessoas, não podemos ter objetivos (enriquecimento, fama, status e outras formas terrenas de satisfação da alma, sem a devida priorização do Senhor) que profanem o propósito santo de Deus, quanto a missão de Jesus e de seus discípulos, encontrar os que se haviam perdido, auxiliá-los no ensino da palavra, na santificação e na firmeza da fé, mantendo viva a esperança de que breve Jesus virá raptar a sua Igreja da terra.

Se a igreja enquanto pessoas e instituição não tiver em seu programa como prioridade o fazer discípulo, penso que a probabilidade de fracasso será alta, pois tão importante quanto ganhar vidas para Cristo, o ato de discipular ajuda as pessoas a serem na prática o que confessam com a boca, ser seguidor, cristão, os do caminho, discípulos de Jesus Cristo.

 

Para se pensar…

O processo discipular não pode ser entendido como uma estratégia para fazer crescer a igreja, ou ainda, para ter seguidores (fãs) de líderes religiosos, antes, porém, na forma mais bíblica, precisa ser capaz de auxiliar as pessoas a serem cristãos segundo o exemplo de Jesus.

Acredito que quando a igreja de modo geral se dedicar mais na formação de discípulos de Jesus, segundo a palavra de Deus, os cristãos não só serão mais firmes quanto a sua fé, mas também serão um exemplo de vida mais sólido para o mundo que não conhece a Deus, podendo, então, ser também pelo testemunho de fé e vida desses cristãos serem atraídos para Jesus.

Considero que somente conseguiremos formar discípulos nos espelhando em Jesus, quando nós os discipuladores formos capazes de negar a nós mesmos e nos submetendo a vontade soberana do Criador.

 

 

 

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2021 – O Ano do Discipulado
de uma igreja bíblica e relevante

Pastor Ronildo Queiroz
Serviçal da Igreja de Jesus Cristo

 

Referências

Referências

MACDONALD, W. O discipulado verdadeiro. Traduzido: Emirson Justino. 2. ed. – São Paulo: Mundo Cristão, 2009.

PHILLIPS, K.W. A formação de um discípulo. Tradução: Elizabeth Gomes. 2. Ed. ver. e atual. – São Paulo: Editora Vida, 2008.