Pastoreio #81

Decisão por Cristo

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Em nossa temática, O Ano da decisão, penso que uma decisão que nunca devemos ter dúvidas é a de escolher sempre a Cristo, estar com Jesus é a premissa que não podemos ignorar, pois considero que é a partir dessa escolha que todas as outras farão sentido em nossas vidas.

Na minha forma de pensar, não decidir por Jesus Cristo, significa não liberar o futuro, pois nada pode ser realmente pleno sem que Cristo esteja conosco, ou seja, todos os planos que os seres humanos possam ter somente serão de fato satisfatórios quando firmados no Filho de Deus.

Decidir por Cristo implica em renunciar ao nosso querer, o que de verdade considero muito desafiador, entretanto necessário para que não somente tenhamos uma vida mais estável, mas também para vivermos os propósitos de Deus para as nossas vidas.

Um dia a multidão escolheu Barrabás ao invés de Jesus (João 18.39-40), as nossas escolhas cadenciarão o nosso destino, bem como deixará claro em que e em quem cremos, a nossa sorte é que a bondade do Criador manifesta em Jesus sempre pode, mediante o arrependimento, reverter um destino catastrófico em um destino salvífico e maravilhoso pela fé em Cristo.

Me recordo de quando optei por crer em Cristo, quando fui tocado e convencido pelo Espírito Santo, isso me fez render-me a Ele e daí por diante seguir crendo e vivenciando os propósitos Dele, mesmo tentando lutar contra as minhas escolhas, preferindo as vezes sob protesto escolher as escolhas que o Criador tinha para a minha vida. Precisei renunciar a gostos meus e optar em viver os propósitos de Deus para mim, mesmo que as vezes as diretrizes do Senhor não eram bem as que eu gostaria de viver, mas confiante de que escolher a vontade de Deus era e é sempre a melhor escolha a se fazer.

O fato de não escolhermos as nossas vontades nos leva muitas vezes a nos abater e nem sempre percebemos que essa luta interna e que talvez pode nos causar não somente o abatimento psicológico, mas também o físico.

O fato de passarmos por provações em nossa carne e termos que lutar contra as nossas vontades, não nos desabilita perante Deus, ao contrário a persistência em decidir escolher pela vontade de Deus nos habilita a ser usado pelo Senhor.

Segundo MacDonald (2009, p.47), “Hudson Taylor escreveu: “Todos os gigantes de Deus foram homens fracos que fizeram grandes coisas para Deus porque confiavam que Deus estava com eles.”

Segundo Phillips (2008, p.22), “a obediência à ordem de Cristo “Siga-me “resulta na morte de si mesmo. O Cristianismo sem essa morte é apenas uma filosofia abstrata. É um cristianismo sem Cristo.”

Não podemos ter uma vida plena com Cristo sem renúncias, penso que as renúncias são os maiores desafios na vida dos cristãos, segundo a escrita do apóstolo Paulo aos Gálatas 5.17 nos diz que a carne cobiça contra o Espírito, ou seja, estamos sempre sendo provados em nossa fé, baseando-nos nesse texto bíblico entendemos como é importante saber qual a decisão Cristo requer de nós em todos os âmbitos de nossas vidas.

Quanto mais refletirmos sobre as escolhas em nossas vidas, penso que mais chegaremos à conclusão de que não existem decisões que sejam tão acertadas e eficazes que estejam fora de Cristo. A palavra de Deus é a nossa bússola, nela temos as respostas para todos os desafios em nossas vidas, os princípios bíblicos e a ajuda do Espírito Santo nos ajudam de forma extraordinária e sem dúvidas, nos levam escolher caminhos mais plainos.

Acredito que Deus se importa conosco e quer a nossa felicidade, Deus tem pensamentos de paz e não de mal a nosso respeito (Jeremias 29.11), os sofrimentos que as vezes atraímos sobre nós são resultados das escolhas malfeitas que fazemos, entretanto sempre podemos contar com o Pai celestial que nos ajuda a ajustar todas as coisas.

Decidir por Cristo não significa ser infeliz, ou ainda, ter uma vida sem graça, mas sim, escolher uma felicidade que é duradoura e plena, pois a base dessa felicidade é sólida, o apoio é real e verdadeiro, Cristo Jesus, que pode nos levar a viver uma vida santa e feliz ao mesmo tempo.

Penso também que não podemos resumir as nossas decisões a meras escolhas religiosas, baseada em dogmas, tradições, usos e costumes que são passageiros, nossas decisões tanto para as nossas vidas, bem como quando envolverem as vidas de outras pessoas, precisam ser embasadas na palavra de Deus.

Quando nos apresentamos mais disponíveis aos nossos desejos do que a vontade de Deus, corremos o risco de errar o alvo que deveria ser Cristo, podendo fazer escolhas que nos levem a perdas e decepções.

  

Recorte >>> Cristo é a base de toda a decisão saudável.

Em meio a tantas pessoas se apresentando como “gurus” espirituais, “solucionadores” de problemas, acredito que os cristãos precisam estar atentos ao que o próprio Cristo disse sobre si mesmo, (João 14.06), “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” Não existe uma verdade absoluta que não seja Cristo, qualquer escolha ou decisão que conflite com as orientações e ordens de Jesus, colocamos tudo a perder.

Quantos homens e mulheres de Deus colocaram tudo a perder, por justamente, não terem tido a paciência e a diligência para obedecer ao querer do Senhor, quantas vidas foram prejudicadas por escolhas equivocadas e que por consequência acabou gerando sofrimentos a várias pessoas.

A desobediência de Saul acabou trazendo sobre Israel aflições geradas pelos filisteus, a desobediência de Jonas acabou trazendo para a sua vida consequências quase mortais, sendo engolido por um grande peixe. A desobediência do povo de Israel e Arão os levaram a produzir um bezerro de ouro, falso deus, com isso ofenderam ao Senhor e quase ficaram sem a presença de Deus ao longo do trajeto. A desobediência do aprendiz de profeta, Geazi que recebeu bens de Naamã, quando havia disso orientado pelo profeta Eliseu para não receber nenhum bem de Naamã, o fez ficar leproso (2 Reis 5.23-27).

Essas foram algumas escolhas ou tomadas de decisões que tiveram consequências danosas, justamente por não terem sido tomadas segundo as orientações de Deus, seja de modo direto ou através de seus profetas.

A decisão em Cristo é eficaz, justamente por Ele ser TUDO, o Alfa e o Ômega, sabe de todas as coisas sem sombras de dúvidas e não existe nada que Ele não possa realizar, logo, quem além de Cristo tem a resposta certa?

O Novo Testamento tem orientações quanto ao que Deus espera de nós e como devemos nos relacionar com o próximo, bem como os nossos direitos e deveres.

Escolher ouvir e obedecer a Cristo, nos leva a tomar e a viver as decisões mais acertadas em nossas vidas, a meu ver, não existe nenhuma sabedoria acima da sabedoria de Deus. Se isso é verdade para nós cristãos, então, por que ainda insistimos em correr para fontes extras que muitas vezes nos fornecem conselhos que vão contra a palavra de Deus, gerando assim uma maior probabilidade para cometermos erros.

Em João 8.32-33, um grupo de judeus indagava a Jesus, na ocasião o Mestre ensinou a estes que eles precisariam conhecer a verdade para que pudessem ser libertos, eles não entenderam e responderam a Jesus, somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém como você pode dizer que seremos livres?

Percebamos que em João 8.32-33, mesmo os que se consideravam seguidores ou filhos de Deus, não tinham claro quem era e qual a vontade de Deus, pois eles estavam falando com o Messias tão esperado e não percebiam que Jesus era o Messias, eles não conseguiam tomar decisões acertadas justamente por não considerarem os ensinamentos de Cristo por não aceitarem a ele como o ungido de Deus.

Em João 6.51-68, muitos discípulos de Jesus estavam dispostos a deixar de segui-lo justamente por não compreenderem a fala do Mestre, “comer da minha carne e beber do meu sangue”, quando estes o deixaram, Jesus pergunta aos discípulos mais próximos, e vocês também não irão embora? Pedro lhe respondeu, para onde iremos nós se somente tu tens as palavras de vida eterna? A decisão dos apóstolos de ficarem e seguirem foi amparada em Cristo, pois reconheciam que somente Jesus tinha a resposta certa para todas as coisas, que somente através Dele e de seus ensinamentos, eles poderiam de fato chegar ao Pai, assim como esses discípulos escolheram seguir a Jesus, as nossas decisões também precisam sempre estar pautadas em Cristo para que possamos vivenciar a vontade de Deus em nossas vidas.

A nossa vida é marcada por altos e baixos, sempre seremos inquiridos para tomar decisões, parece que na estrada da vida existem mais bifurcações do que imaginávamos e essas exigências quanto ao que fazer, quando e como fazer, nos exigirão ter ponderação, reflexão e sabedoria de Deus para não tomarmos decisões equivocadas que nos levem a sofrer e ter dias maus.

Precisamos considerar que não existe vida eterna sem Cristo, não temos como ter acesso a Deus senão por Jesus Cristo, e isso implica em termos fé, conhecimento da sua palavra e submissão ao Espírito Santo, esses são ingredientes relevantes para que possamos tomar decisões saudáveis ao longo da nossa vida.

  

Ponto de contato >>>

Cristo deve ser o centro das nossas decisões.

Argumentação > 

Nossas carências, as vezes, podem nos levar a tomar decisões impensadas, certos de que estamos agindo da maneira mais apropriada, por isso é importante termos a clareza espiritual de que através de Cristo e de seus ensinamentos temos melhores condições de lidar com os problemas.

Se queremos saber como lidar com as pessoas, Cristo nos ensina, se queremos ter um real e poderoso relacionamento com o Criador, Cristo nos ensina, ou seja, nos ensinamentos e nos exemplos de Jesus Cristo temos um padrão de vida e comportamento.

Ao fazermos uma escolha não podemos deixar de consultar a Cristo, muito mais que consultar, Cristo precisa estar sempre no centro das nossas decisões, das nossas vidas, pois assim teremos a certeza de que Deus nos abençoará.

Para que Cristo seja o centro das nossas vidas, precisamos morrer, não tem como tomar decisões centradas em Cristo sem renunciar aos nossos desejos. Os planos de Deus são sempre perfeitos, contemplando todas as áreas das nossas vidas, com perfeição divina, com ação e consolidação do Senhor que nos leva viver de modo abundante.

Todas as decisões dos homens de Deus que foram tomadas sob orientação do Criador prosperaram, sim, deram certo e trouxeram êxitos em suas vidas, e não deram certo por mérito dos homens, mas por ação de Deus que faz acontecer o que Ele mesmo orientou que fosse feito.

Penso que precisamos lembrar que nossas vidas não são como as dos que não creem em Deus, antes, temos através da nossa fé em Jesus, um hospede maravilhoso habitando em nós, o Espírito Santo que é fiel ajudador e que sem dúvidas nos orienta e direciona.

Os discípulos de Jesus deixaram as suas atividades e até as suas famílias para seguir a Jesus, para estarem aprendendo com o Mestre, essa decisão orientada pelo Senhor fez com que eles não somente fossem salvos, mas alcançassem muitas outras pessoas para Cristo.

Não menosprezar os planos de Deus, não zombar da inteligência e sabedoria do Senhor, não deixar que a nossa carne assuma o comando da nossa mente, antes, porém, precisamos estar dispostos a ser servos, filhos e filhas obedientes a voz do Criador.

  

Para se pensar…

Por que escolher a Cristo, ao invés, das nossas próprias vontades parece ser tão difícil? Considerando que somos conhecedores da palavra de Deus e que geralmente temos experiências sobrenaturais com o Senhor, e que com esse conhecimento e vivência prática, não deveríamos se quer titubear sobre o escolher a Cristo.

A maturidade cristã, alcançada através do conhecimento adequado da palavra de Deus e das experiências tidas com Ele, são suficientes para não errarmos em nossas decisões?

Temos a consciência de que decidir por Cristo vai muito além do ato de levantarmos as mãos o aceitando publicamente? A decisão por Cristo pode ser tida como apenas um ato em um dia?

 

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2022 – O Ano da Decisão
uma igreja bíblica e relevante

Pastor Ronildo Queiroz
Serviçal da Igreja de Jesus Cristo

 

Referências

LIDÓRIO, R. Sal e Luz: compreendendo, vivendo e praticando a missão. Revisão: Rita Leite. Belo Horizonte: Betânia, 2014.

MACDONALD, W. O discipulado verdadeiro. Traduzido: Emirson Justino. 2. ed. – São Paulo: Mundo Cristão, 2009.

MANNING, B. O evangelho maltrapilho. Traduzido por Paulo Purim. São Paulo: Mundo Cristão, 2005.

PHILLIPS, K.W. A formação de um discípulo. Tradução: Elizabeth Gomes. 2. Ed. ver. e atual. – São Paulo: Editora Vida, 2008.