Pastoreio #57

O CULTO

Nesse pastoreio vamos falar sobre o culto, o objetivo não é esgotar ou ter um aprofundamento sobre o tema, mas nesse momento, gerar um despertamento e uma maior e melhor compreensão sobre a importância e a razão do culto. O culto pode ser prestado por um indivíduo ou por um grupo de pessoas cuja a fé e objetivo é venerar, prestar honra, agradecer, pedir, cantar e elogiar a Deus.

Talvez o entendimento de alguns cristãos sobre o culto, seja por força de expressão ou por costume, esteja limitado ao templo, falas do tipo “vamos a igreja”, às vezes pode gerar ou reforçar em nós alguns entendimentos equivocados quanto a prestação de culto ao Senhor. O culto também contribui com o fortalecimento da comunhão entre as pessoas, considerando que no templo ou em outro lugar irmãos em Cristo se encontram, se abraçam, se ajudam seja, orando uns pelos outros, ajudam uns aos outros, aprendendo a conviver uns com os outros, perdoando, suportando, caminhando com pessoas que pensam e são diferentes, mesmo crendo em Jesus.

Considerando o culto judaico, que trazia em seus elementos a experiência básica do Êxodo, como movimento de libertação e aceitação da fé em Iahweh, Dioniso Borobio escreve que:

(1, p.42,43) “Todo o culto, na história de Israel, está internamente orientado para relembrar esse acontecimento-chave. Em consequência, as formas cúlticas praticadas antes receberão uma reinterpretação. Assim, as grandes festas do ano, tendo à frente a Páscoa cuja raízes cósmico-naturalistas são de fácil reconhecimento – adquirirão uma nova significação no nível histórico, chegando a ser a um memorial para as sucessivas gerações: memorial cuja organização interna segue a tríplice dimensão do tempo, visto que, evocando o passado, a celebração de algum modo torna presente, diante dos participantes, o acontecimento, ao mesmo tempo em que os situa numa dinâmica de futuro e de esperança, à espera de um novo Êxodo definitivo.”

Ainda que na liturgia ocorram momentos de contemplação, o culto que Iahweh espera do seu povo não está limitado a louvores, ao estereotipo ou a alienação em ralação a vida, ao mundo, antes requer de seus adoradores a obediência aos mandamentos Divinos na vida prática (Deuteronômio 10.12-13).

É importante considerar que, segundo Dionisio Borobio (1, p.43), “o encontro com Iahweh libertador na história, sua celebração agradecida no culto e a resposta coerente na fidelidade à aliança constituem três momentos básicos e em perfeita continuidade dentro da vida do povo de Israel. O paradigma história-culto-lei marca o ideal do povo de Deus no Antigo Testamento.”

Um dos erros mais comuns do povo que se dispõe a prestar um culto a Deus é isolar sua vida diária da vida com o Senhor, seria como se durante todo o dia não praticássemos o amor a Deus e ao próximo, mas no culto de domingo declarássemos que amamos a Deus e ao próximo, ou seja, um comportamentos no mínimo ambíguo com pitadas de hipocrisia.

Dionisio Borobio (1, p.43), narra que “demasiadas vezes o povo estabeleceu um divórcio prático entre esses componentes (história-culto-lei), isolando o rito tanto da palavra interpeladora de Deus como da resposta consequente numa vida de fidelidade à vontade de Deus; esse comportamento ritualista implicava um distorção da autêntica imagem de Deus como presença libertadora dentro da história.”

Não abordaremos sobre o que se fazer em um culto para Deus, mas trataremos da essência funcional do culto ao Senhor, que não se resume a boa música, liturgia, oratória que agrade as pessoas, uso de tecnologias ou de métodos, antes trata de um vida com Deus todos os dias.

1º Recorte – QUAL A RAZÃO DO CULTO?

Quando pensamos no culto é inevitável não lembrarmos da relação de Jesus com a comunidade religiosa judaica, em Lucas 4.16, a narrativa é que Jesus foi a sinagoga como era costume do seu povo, também participava das festas como registra Lucas 2.41-42.

A diferença entre Jesus e os religiosos é que o culto não começava dentro da sinagoga, mas o Mestre vivia em culto, tinha a sua vida em obediência ao Pai, na sinagoga Ele apenas relembrava os feitos do Senhor, direcionando a glória a Deus, motivando os demais na sinagoga a serem gratos pelo envio do Messias, Jesus viveu entre eles em obediência ao Pai, Atos 8.32, e como um cordeiro mudo seguiu obediente para a cruz.

A grande questão é que muitos se reuniam nas sinagogas para prestarem seus cultos, mas não conseguiam internalizar a história relembrando os feitos de Iahweh por Israel, para que no culto relembrando esses feitos fossem gratos a Deus, buscando viver a lei fora do templo, em suas vidas, tendo uma vida de obediência as ordens de Deus, confirmando assim a confiança no Senhor.

É importante perceber como Jesus expõe os religiosos e suas hipocrisias, em Marcos 2.23-28, registra-se que Jesus estava passando com os seus discípulos e os fariseus os criticaram por estarem colhendo espigas de trigo em um sábado, aqui fica claro que o mais importante para os religiosos era o rito, o dia e não a vida.

Em resposta a acusação farisaica contra os seus discípulos, no evangelho de Marcos 2.25-26, lemos a bela resposta de Jesus que relembrou o ato em que Davi e seus companheiros entraram na casa de Deus e comeram os pães da Presença, pois apenas aos sacerdotes era permitido comer e nem por isso morreram, o Mestre escancara o quão distorcidos estava o conceito do sábado e da revência a Deus.

Não adiantava eles serem tão enfáticos quanto a guardar o sábado se não praticassem a misericórdia com as pessoas, às vezes damos valor exagerado as questões religiosas, ou ainda, nos aplicamos aos mandamentos sem compreender de fato qual o objetivo de Deus com aquele mandamento, no caso do sábado o objetivo era separar um dia para o descanso ( Êxodo 20.08-11) e não para ser usado como uma regra que levasse as pessoas a não priorizarem a vida, ser uma regra para gerar a morte, mas era um mandamento para zelar pela vida.

Ainda sobre o sábado Jesus expõe a hipocrisia dos religiosos, pois ao curar em um sábado um homem que tinha uma das mãos mirradas foi criticado, em Mateus 12.11-13, basicamente Jesus diz que toda aquela religiosidade e preocupação com o dia “sagrado”, seria facilmente desconsiderado se uma ovelha, pelo seu valor, de qualquer um deles caísse em uma cova, pois certamente eles a resgatariam, não teria um homem mais valor do que uma ovelha.
Em outra ocasião os fariseus deixaram claro que sua visão sobre vida com Deus era superficial, em Marcos 7.01-06 eles criticaram os discípulos de Jesus por não terem cumprido a tradição, (Marcos 7.03), não comiam sem lavar cuidadosamente as mãos, Jesus os repreendem duramente, Marcos 7.06, chamando-os de hipócritas, provavelmente eram bons de cultos, de festas, de memorização das regras, mas eram falsos quanto a viverem uma vida segundo os mandamentos de Deus.

Quando nos preocupamos mais com as tradições, ou ainda, distorcemos a essência dos mandamentos, corremos o risco de vivermos fora da vontade de Deus, corremos o risco de nos acorrentarmos as crenças que não contemplam e não replicam o amor e a misericórdia do Senhor.

Segundo Dionisio Borobio (1, p.45), Jesus atua em sua época como um reformador aonde “resume toda a lei no cumprimento do amor a Deus e ao próximo, assim também põe a descoberto as exigências fundamentais que condicionam o valor ou a nulidade desse culto: o amor e o perdão do irmão (Mateus 5.23-24 / Mateus 15.05-09).”

A razão do culto não pode se resumir somente aos cânticos, pregações ou outras atividades que objetivem honrar o elogiar a Deus, mas também é necessário que os que se dispõem a fazer tal culto ao Senhor considerem a obediência aos princípios de Deus, não tendo uma vida dupla, tendo aparente santidade no templo e real depravação no dia a dia.

Podemos considerar que para nós cristãos, o culto tem Cristo como tema central, a liturgia deve ser a expressão da nossa fé e da manifestação real de Cristo, relembrando seu sacrifício salvífico por nós, prestando a Ele honra, elogios e gratidão, bem como vivenciando seus mandamentos e nossas vidas não somente no templo, mas em todos os lugares aonde estivermos.

(1, p.47) “Desse modo, a existência íntegra do fiel no mundo, vivida na fidelidade ao Espírito de Cristo, pode chegar a converter-se em “culto espiritual”, no culto perfeito dos últimos tempos, como disse Paulo na célebre passagem aos Romanos: “Exorto-vos, portanto, irmãos pela misericórdia de Deus, a que apresenteis vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável, que é o vosso culto racional (Romanos 12.01).”

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CORREMOS O RISCO DE CULTUAR O CULTO AO INVÉS DE CULTUARMOS AO SENHOR?

Argumentação >

Acredito piamente que o culto não se resume a celebração na quinta ou no domingo, talvez alguns de nós em algum momento tenha passado a entender o culto a Deus como uma forma de “cumprir uma obrigação”, de ir ter com Deus no horário e lugar marcado, sendo assim, depois desse dia e horário marcado estamos livres para voltar a nossa vida fora do culto.

Costumo dizer que o culto não se produz no templo, em um dia ou evento específico seja ele qual for, mas que o verdadeiro culto trazemos de casa com a gente, sendo resultado de uma semana de vida com Deus no mundo, agindo e escolhendo segundo os mandamentos do Senhor.

Se não tomarmos cuidado podemos produzir cultos que alcançam a predileção de boa parte da membresia, dando aos fiéis motivos para virem ao templo, sem a essência do culto, ou seja, não contemplando nos cânticos e outras atividades os feitos de Jesus, que não geram a consciência devida acerca da importância da fidelidade a Deus, reforçando em se ter uma vida segundo os princípios de Cristo.

Quando falo do risco de cultuarmos o culto ao invés de cultuarmos ao Senhor, me refiro a rotulação de cultos em que são classificados de mais ou menos poderosos, cuja a opinião está embasada meramente nas apresentações, na liderança desse ou daquele pastor, culto em que se prega “fulano” ou “beltrano”, penso que antes, deveríamos pensar que a qualidade do culto não depende única e exclusivamente dos que pregam ou dos que cantam, mas em um vida cúltica de todos os fieis, prestando um culto completo, ou seja, não somente com os lábios, mas com a vida em Cristo.

Precisamos ter sempre em mente que os cultos que fazemos devem ser para o Senhor, sendo para Ele, precisamos honrar a Ele e não aos homens, devemos ser gratos e exaltar a Deus e não as pessoas, conscientes que a qualidade do culto não é produzida no templo, mas todos os dias com uma vida em obediência ao Senhor.

Devemos ter o cuidado para não adorarmos esse ou aquele modelo de culto, nessa ou naquela denominação, pois em um culto nada pode ser mais atrativo que Jesus Cristo.

2º Recorte – O CULTO QUE DEUS REQUER DE CADA UM DE NÓS

É válido nos prepararmos fazendo o melhor que pudermos para entregar ao Senhor um culto com qualidade, com vida, com boa música, com organização e dinâmica, pregando um sermão inspirado e bem elaborado, comunicando de modo criativo e claro, entretanto tudo isso pode perder o sentido se não observarmos os princípios da palavra Deus em nossas vidas, se não for verdade em nós fora do templo, do momento do culto.

Imaginemos um culto em que tocamos e cantamos da melhor forma, aonde a pregação é perfeita na interpretação e exposição da palavra, tudo está indo muito bem, não há atrasos, não ocorrem desencontros, tudo está perfeito, o povo se alegra, os pastores e obreiros se alegram, mas de modo inesperado Deus resolve dar a sua opinião sobre o culto que estamos fazendo para Ele.

Em Isaias 1.01-18, o profeta faz duras críticas a Judá e Israel, são comparados a Sodoma e Gomorra (v.10), são chamados de “nação pecaminosa e de povo carregado de iniquidade” (v.4), cujo os cultos realizados a Deus, mesmo observado os ritos, mesmo tendo sacrifícios de animais não estava agradando a Deus (v.11). As festas/congressos em seu tempo, as solenidades estavam irritando ao Senhor (v.13,14), pois os sacerdotes, seus lideres e o povo não haviam compreendido que a fidelidade e obediência a Deus faziam parte do culto (v.17), por isso Iahweh não ouvia as orações devido ao mal comportamento do povo em sua vida cotidiana (v.15).

Segundo Dionisio Borobio (1, p.48), somente pode oferecer um culto que Deus aceite, “uma comunidade que se deixe dirigir e modelar pelo seu Senhor; somente uma comunidade que leve Deus a sério pode oferecer no mundo esse “culto espiritual”.

O culto que Deus requer de cada um de nós não é uma peça de teatro, cujos fiéis atuam como atores, como hipócritas de fato, o culto aceitável ao Senhor é composto por fé em Cristo que nos leva a viver em obediência a Deus.

Em Isaías 29.13, o Senhor usa o profeta para repreender o seu povo, pois o respeito e amor a Deus não passava de declarações, os elogios se limitava aos lábios, mas não era verdade no coração, não tinham uma conduta coerente com a vontade de Iahweh, mantinham uma aparência piedosa, entretanto “o coração do povo estava longe de Deus”.

Russel Shedd (2, p.1012) comenta que em Isaías 29.13, “os pensamentos e as diretrizes destes hipócritas estavam longe de atingir a vontade de divina. A mesma situação se deu com os fariseus. Maquinalmente. Dogmas, litanias e liturgias decoradas, ensaiadas, sem amor, sem convicção.”

O culto que o Senhor quer não ocorre por si só na mera reunião, mas segundo Dionisio Borobio (1, p.50) – “o cúltico-sacramental aparece em evidente relação com o anúncio da palavra, de um lado, e com o cumprimento da nova lei e o exercício da comunhão fraterna de outro.”

O culto agradável a Deus não fica somente na atmosfera do ambiente decorado, do melhor som, das melhores luzes, dos cânticos e leituras das escrituras, mas também no amor, perdão, respeito, compreensão, ajuda entre as pessoas e obediência ao Senhor.

No culto Cristo é tudo, a razão de fazer o culto, a fé que move seu povo, (1) os sacramentos do Antigo Testamento passam a ser ressignificados em Cristo, em João 2.19 Ele é o templo, em Mateus 12.05-06 Ele é maior que o templo, em Hebreus 2.17 / Hebreus 7.23-24 Ele é o sumo e eterno sacerdote, em Hebreus 8.01 Ele é o liturgo e a liturgia dos cristãos, em Hebreus 8.06 Ele é o único mediador da aliança. Em Hebreus 10.05-12 Jesus é o único sacrifício aceitável perante o Pai habilitado salvar os homens, em Efésios 5.02 Ele mesmo é a oferenda, Em João 1.29,36 Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, em Romanos 5.01-02 Jesus é a garantia do acesso a Deus, em Hebreus 10.19 em Jesus podemos com ousadia e confiança nos aproximar do Criador.

O que lemos acima serve como parâmetro para a liturgia e dinâmica do culto para Deus, quando inserimos elementos ou objetos com o intuito de ocupar o lugar de Jesus, de intermediar algum favor entre Deus e os seres humanos, podemos ter a certeza de que precisamos voltar a leitura das escrituras para entregarmos um culto cristocêntrico.

É prudente pensarmos sobre a utilização de qualquer objeto ou ideia com a intenção de aproximar as pessoas de Deus que não seja a fé em Cristo, ou ainda, o estabelecimento meramente de tempos no templo com a promessa de que se alcançará favores de Deus sem a devida compreensão do que é uma vida em culto, tais praticas podem não só desvirtuar, mas até afastar os fiéis de uma fé bíblica, de Cristo.

Por mais tradicionais ou modernos que sejam os espaços para culto, as liturgias, os usos e costumes, Cristo precisa sempre ser a razão principal, nem coisas ou pessoas podem substituir a razão central do culto.

Segundo escrita de Daniel G. Reid (3, p.1091), “no império, o principal culto cívico local quase sempre estava ligado ao culto imperial. Dar honra divina aos governantes era o clímax do culto cívico no mundo greco-romano, especialmente depois que a cidade de (Roma) se tornou o centro do mundo, e a família imperial personificava a cidade. Precedentes para o culto ao governante estão ligados a ideias existentes no Oriente Médio, em que os reis eram vistos como divinos, em função de seu cargo, e também no culto grego aos heróis – seres humanos notáveis que, em razão de seus feitos, eram alçados a condição de divindades.”

O culto a personalidade descrito por Reid, pode muito bem invadir as igrejas de hoje, precisamos tomar muito cuidado para não transformarmos o culto a Cristo, em culto aos homens.

Outro ponto que julgo importante mencionar é que as vezes queremos manter a todo custo uma tradição, uma forma engessada de fazer o culto ao Senhor, podemos incorrer em alguns erros, segundo Nathan Ausubel (4, p.624), os Sábios Rabínicos, “ensinavam que “o clamor do coração” a Deus, a oração dos aflitos e dos sofridos, é que eram ouvidos pelo Criador, e não o recitativo meramente mecânico dos textos de oração.”

Paralelamente podemos afirmar que o Senhor ouve a oração dos que pedem em nome de Jesus (João 14.12-14), pois foi Ele quem cumpriu as exigências da lei e venceu a morte, é por causa Dele que temos acesso ao Criador.

Nathan Ausubel (4, p.625), relata que no retorno do Cativeiro da Babilônia, alguns religiosos no século VI a.E.C., envolvidos por uma revolução linguística defendiam que a língua utilizada nas orações não fosse o hebraico, mas um idioma parecido com, o aramaico, que era língua corrente em todo o Oriente Médio, principalmente entre a massa, o povo da época, pois assim as pessoas compreenderiam o que estava sendo dito nas orações. Na época foi duramente refutado por tradicionalistas que chegavam a dizer que; “aquele que faz orações em aramaico não conseguirá qualquer ajuda dos anjos, porque eles não compreendem o aramaico.”, sendo mantida as orações em hebraico.

Aproveitando o relato de Ausubel, estar demasiadamente presos a modelos e formas estereotipados de cultos, aonde tudo que fuja do nosso costume, da nossa tradição, geralmente é considerado uma afronta ou como algo não sendo de Deus, precisa ser melhor pensado, pois pode ser que o Senhor tenha uma opinião diferente da nossa.

Acredito que mais importante do que a formato do culto, seja o conteúdo, (5, p.362), “a chave para o culto nas Igrejas paulinas encontra-se nas afirmações centrais paulinas a respeito da primazia da graça divina para satisfazer a necessidade humana e cósmica e o papel fundamental atribuído a Jesus Cristo, o Senhor outrora crucificado e agora ressuscitado, exaltado e glorificado, como chefe da Igreja e soberano de toda a criação (Filipenses 2.6-11 / 1 Timóteo 3.16). Essas duas afirmações estão no centro da prática paulina de culto, vista em seus louvores, orações e confissões de fé e abordada no tipo de atividade celebrativa à qual ele esperava que suas congregações se dedicassem.”

Em Atos 20.07-12, temos relatos ocorridos ao longo de um culto, sendo a pregação e o partir do pão, também podemos considerar a escrita em 1 Tessalonicenses 5.16-22, como partes que podem fazer parte do culto cristão, alegrem-se, orem, sejam gratos a Deus em tudo, não exclua o Espírito, considerem as profecias, analisem todas as coisas e fiquem com o que é bom, afastem-se de toda a aparência do mal.

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o que a igreja colhe quando presta um culto como deus quer?

Argumentação >

Quando conseguimos ter uma vida em culto, ou seja, não somente em um evento no templo, mas no dia a dia buscando agradar ao Senhor, vivendo e praticando a justiça de Deus, o resultado será orações ouvidas pelo Senhor e crescimento individual e coletivo do povo de Iahweh.

Podemos considerar que o eixo principal do culto é amar de verdade a Deus e ao próximo, assim nossos cânticos causarão mais impacto nos ouvintes, a nossa pregação mais a ação do Espírito Santo produzirá conversões ao Senhor.

Retomando o texto de Isaías 1.17, podemos ler que o Senhor requer dos fiéis que atendam a justiça divina, não sendo opressores, garantindo os direitos dos órfãos, considerando as necessidades das viúvas, fazendo isso Iahweh não somente se agradaria do culto, bem como os abençoaria (v.19), assim prestariam um culto completo, na vida e no espaço ou templo.

A vida piedosa que contempla o outro, que demonstra empatia pela dor alheia e não fica inerte, mas se move em direção aos necessitados, certamente terá uma maior aceitação pelo Eterno.

Para se pensar…

Penso que entregar a Deus um culto que o agrade não é tarefa fácil, claro que temos toda a ajuda da parte Dele para que isso seja possível, o Espírito Santo atua poderosamente fazendo com que produzamos (Gálatas 5.22) ofertas que sejam aceitas pelo Senhor, cultos que não se resumem as palavras lançadas ao vento, mas em uma vida obediente a Cristo que faz com que o culto não seja somente de palavras, mas de ações que agrade ao Criador.

Não nos preocupemos somente sobre o que e como faremos dentro do templo, mas consideremos o que fazemos em nosso dia a dia, para que então, o nosso culto seja resultado de uma vida cúltica que agrade a Deus e seja por Ele aceito.

 

2019 – O Ano da Consolidação
de uma igreja bíblica e relevante

Pastor Ronildo Queiroz
Serviçal da Igreja de Jesus Cristo

 

 

Referências

1. A celebração na Igreja: liturgia e sacramentologia fundamental, Dionisio Borobio (org.), 2ª edição: julho 2002, São Paulo: Edições Loyola. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=UG0_jcIUWfwC&oi=fnd&pg=PA7&dq=a+origem+do+culto+judaico&ots=bofkWmDxWs&sig=3Qaeb0VPq2lTd6227d2DcN0m9Sc#v=onepage&q=a%20origem%20do%20culto%20judaico&f=false> Acesso em 03 maio 2019.

2. Bíblia Shedd, Almeida Revista e Atualizada, Editora Vida Nova.

3. Dicionário Teológico do Novo Testamento, Daniel G. Reid. Editora Vida Nova – Edições Loyola.

4. Conhecimento Judaico II. Nathan Ausubel. A. Koogan editor, Crown Publishers Inc.

5. Dicionário de Paulo e suas cartas. [Org.] Gerald F. Hawthorne, Ralph P. Martin, Daniel G. Reid. Editoras: Vida Nova, Paulus, Loyola.