Pastoreio #85

Decidindo pela Bíblia

 

O tema desse pastoreio foi alterado com a intenção de contribuir ainda mais com a fé cristã, considerando tudo o que temos vivido nos últimos tempos, tantos ensinamentos contrários a palavra de Deus e que algumas vezes pode trazer algumas inquietações a igreja de Jesus.

A ideia desse pastoreio será relembrar e fortalecer a nossa fé única e exclusivamente na bíblia, nosso manual de fé e conduta, a palavra de Deus que é inerrante e eficaz para as nossas vidas.

Percebo que de modo geral, o humanismo de tempos em tempos volta a sondar tentando atrair pessoas de várias nações e credos, geralmente com a proposta de propiciar a satisfação plena dos desejos humanos. Quando no ser humano não existe espaço para considerar o “nós”, acredito que o “eu”, passa a ser uma variável considerável para a contribuição da degeneração da alteridade.

O que iremos discorrer e discutir nesse pastoreio, tem como base inegociável a bíblia, ou seja, ainda que seja direito dos que não acreditam em Deus e na bíblia, pensarem diferentemente de nós, em nosso país temos garantido pela Constituição Federal Brasileira o direito a culto e manifestações segundo às nossas crenças.

A bíblia é para o cristão o manual de conduta e fé, por isso, as nossas opiniões e modo de vida são norteados pelos princípios bíblicos que, em muitas questões, diferem dos cridos e praticados por aqueles que não creem em Deus, tampouco na bíblia.

Vivemos em um país onde temos garantidos o direito a culto e expressão da nossa fé, da mesma forma como os cristãos devem respeitar os não cristãos e suas escolhas, também os não cristãos devem respeitar os cristãos e suas escolhas.

Constituição Federal – Direito a Culto Religioso

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

VI – E inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

Considerando tudo o que consegui aprender da bíblia, a frase que mais me marcou na época de seminário teológico foi “a bíblia interpreta a si mesma”, ou seja, a palavra de Deus é inspirada, suficiente, real e poderosa e não precisa de revisão ou complemento.

Segundo McKenzie (1983, p.123), os livros da bíblia são chamados “livros sagrados” porque foram escritos por inspiração divina. Também são chamados “livros canônicos” para indicar que constam da relação autêntica dos livros sagrados, que se denomina exatamente “cânone”.

Escolher crer em Deus e em sua palavra certamente implicará sobre a vida dos que creem ter que fazer escolhas, ter posicionamentos e comportamentos que não sejam contrários aos princípios bíblicos, por isso, penso eu que o conhecimento adequado da bíblia é imprescindível para que venhamos a pecar contra o Senhor.

Sempre que o povo de Deus foi provado pelas aflições, perseguições e adversidades recorrer à palavra do Senhor sempre foi o ponto de virada de todas as situações, seja para lembrar onde erraram para poderem se arrepender, ou ainda, sobre o que o Criador exige de nós e como Ele age em nossas vidas.

Ao longo dos anos presenciamos várias mudanças que, com efeito influenciaram o comportamento de muitos povos, seja de modo cultural, nos usos e costumes, nas tradições, entendo que algumas dessas mudanças podem ser absorvidas e vividas pelos cristãos, quando tais mudanças não forem contra o que orienta a palavra de Deus. Talvez um dos maiores desafios seja interpretarmos de modo adequado a palavra do Senhor para sabermos o que é ou não pecado, evitando assim “coar um mosquito e engolirmos um camelo”, não nos determos com o que o Criador não faz conta e deixarmos passar o que de fato o Eterno estabelece como estilo de vida e fé.

Precisamos considerar que o mundo tem gerado várias mudanças, infelizmente, nem sempre para o que edifica, geralmente essas mudanças têm gerado degradações dos seres humanos, prejuízos, na prática da boa conduta e amor consigo próprio e com o próximo.

Falando sobre mudanças, podemos perceber uma grande volatidade no que diz respeito ao amor ao próximo, as relações entres os seres humanos parecem se fragilizarem cada vez mais e mais. Segundo Bauman (2021), as fragilidades nas relações humanas, contribuem para uma volatilidade que leva as pessoas não somente romperem com as tradições sem, entretanto, construírem um padrão fixo, antes, porém, um “amor líquido” que se acomoda de diferentes modos e padrões.
Essa volatilidade na forma de se comportar das pessoas, tem de certa forma contribuído para uma oscilação e até desconstrução do que podemos chamar de manutenção dos valores morais e das tradições. Com o tempo, os usos e costumes e hábitos mudam, muitas vezes capitaneados por novas ideologias que, geralmente, dão conta de satisfazerem os anseios de algumas pessoas que rechaçam as tradições já existentes.

A mudanças comportamentais estão geralmente ligadas as culturas de determinados povos, são os comportamentos, a forma como fazem e creem que geralmente diferenciam uma nação da outra, um povo do outro. Corroborando com essa escrita, Gondim (1998, p.31), escreve que “a cultura é semelhantemente responsável, em qualquer sociedade, pelos códigos comportamentais das pessoas. Criam-se regras que valem apenas em determinado círculo social.”

Em meio as diferentes culturas, existem movimentos que tentam influenciar de forma global, a partir de um entendimento de um grupo de pessoas, ou ainda, de teóricos ou filósofos que buscam de alguma forma influenciar várias nações, através das suas ideologias ou práticas, de modo a tentar inseri-las no cotidiano das pessoas de várias nações.

Com isso, percebe-se uma confrontação constante e acirrada dos novos modelos e formas versus os modelos e formas mais tradicionais de cada povo. Um exemplo que podemos mencionar é a ideologia de gênero que confronta os padrões e costumes comportamentais pré-estabelecidos em cada sociedade que, segundo Salih (2022, p.12) “no modelo dialético de Butler, o conhecimento avança através da oposição e negação, nunca alcançando uma certeza “absoluta” ou final, mas simplesmente propondo ideias que não podem ser fixadas como “verdades”.

Em meio a tantas mudanças comportamentais, independentemente dos povos e de sua cultura, o cristianismo é desfiado a filtrar e reter o que é bíblico e a descartar o que destoa sendo divorciado dos ensinamentos da palavra de Deus, acredito que essa tarefa somente é possível através do conhecimento adequado da bíblia e da ajuda do Espírito Santo.

Ainda sobre gênero, Sax (2019, p. 377), escreve que, “Simone de Beauvoir, a famosa autora feminista, escreveu que uma mulher não nasce assim; ela é feita assim. Em outras palavras: o gênero é tão somente uma construção social, uma invenção da sociedade, algo completamente maleável. Essa afirmação serve de base para o movimento feminista e para os estudos de gênero.”

Enquanto para algumas pessoas a cultura é superior a bíblia, penso que como cristãos, precisamos analisar cada cultura e seus respectivos comportamentos a luz da palavra de Deus. Existem questões como a ideologia de gênero, por exemplo, contrária ao que está escrito em Gênesis 1.26-28 onde a bíblia é bem clara “[…] homem e mulher os criou, […] macho e fêmea” dizendo a eles […] frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra[…].”

Uma das defensoras da “Teoria Queer”, Butler (2022, p.26), escreve que “se o gênero são os significados culturais assumidos pelo corpo sexuado, não se pode dizer que ele decorra de um sexo desta ou daquela maneira. Levada a seu limite lógico, a distinção sexo/gênero sugere uma descontinuidade radical entre corpos sexuados e gêneros culturalmente construídos.”

Em divergência a Ideologia de Gênero, o escritor Leonard Sax em seu livro “Por que Gênero importa?”, escreveu:

“O gênero não é algo alheio à natureza humana, tampouco acidental, muito menos uma invenção arbitrária da sociedade. É algo próximo da essência humana. O gênero importa. Como escreveu G.K. Chesterton, “você é capaz de libertar as coisas de leis estranhas ou acidentais, mas não das leis da natureza (…). Você não vai conseguir libertar um camelo do peso da sua corcova; você pode acabar impedindo-o de ser um camelo. Não saia por aí como um demagogo, encorajando triângulos a fugir da prisão de seus três lados. Se um triângulo romper com seus três lados, sua vida chega a um fim melancólico. Se você encoraja um menino a romper com a prisão de ser um menino e a fazer a transição para se tornar menina, pode não conseguir criar uma menina feliz e ajustada. “[…] Você tem uma chance maior de sucesso, de acordo com as provas disponíveis, se ajudar o menino a sentir mais à vontade como menino, o que talvez exija que você amplie seu conhecimento do que significa “ser um menino”. (SAX, 2019, p.382)

Sobre a cultura, penso que todo ensinamento e prática que não vá contra o ensinamento da palavra de Deus pode ser absorvida pelos cristãos, caso queiram, entretanto, todo ensinamento e prática que seja contrária aos ensinamentos da bíblia precisam ser refutados e não praticados pelos que confessam, creem e são discípulos de Jesus.

Lembrando que a palavra de Deus é para nós cristãos o suficiente para reger nossas crenças e comportamentos, por isso, respeitamos as pessoas e suas crenças e escolhas, todavia, não cremos, não ensinamos, tampouco praticamos o que a Ideologia de Gênero dissemina. Acredito que para uma grande maioria dos cristãos a bíblia está acima da cultura e das práticas que ofendem a Deus.

Podemos considerar toda a bíblia e ter a plena convicção de que sua escrita e ensinamentos foram inspiradas pelo Criador, como escreve o apóstolo Paulo em:

2 Timóteo 3.14-17 “Mas não se permita intimidar por causa disso. Persevere no que você ouviu e aprendeu, certo da integridade dos meus mestres – afinal, você recebeu as Escrituras com o leite da sua mãe! Não há nada como a Palavra de Deus escrita para mostrar o caminho para a salvação por meio da fé em Cristo Jesus. Cada parte da Escritura é inspirada por Deus e útil de um modo ou de outro – para mostrar a verdade, denunciar nossa rebelião, corrigir nossos erros, ensinar como viver o caminho de Deus. Por meio da Palavra, somos unidos e moldados para as tarefas que Deus deseja nos incumbir.” (A Mensagem – Bíblia em Linguagem Contemporânea – Editora Vida).

Para o mundo que verbaliza não crer em Deus, tampouco se sujeitar a sua palavra, não há o que se cobrar ou exigir, pois muitas pessoas vivem segundo os seus próprios desejos e vontades, entretanto, acredito que para os cristãos, se faz necessário uma leitura diária dos princípios bíblicos, pois somente assim como crentes em Jesus conseguiremos com a ajuda do Espírito Santo nos guardar da apostasia da fé em Cristo.

Penso que talvez uma parte da sociedade foca em seus próprios prazeres, com isso, desconstroem os pilares morais e éticos herdados da fé judaico cristã, construindo novas formas de se viver em sociedade que, algumas vezes, são contrarias as orientadas na bíblia.

Em seu livro Modernidade Líquida, Bauman (2021, p.43), escreve que:

“A sociedade moderna existe em sua atividade incessante de “individualização”, assim como as atividades dos indivíduos consistem na reformulação e renegociação diárias da rede de entrelaçamentos chamada “sociedade”. Nenhum dos dois parceiros fica parado por muito tempo. E assim o significado da “individualização” muda, assumindo sempre novas formas – à medida que os resultados, acumulados de sus história passada solapam as regras herdadas, estabelecem novos preceitos comportamentais e fazem surgir novos prêmios no jogo. A “individualização” agora significa uma coisa muito diferente do que significava há cem anos e do que implicava nos primeiros tempos da era moderna – os tempos da exaltada “emancipação” do homem da trama estreita da dependência, da vigilância e da imposição comunitárias.”

Em paralelo a todas as mudanças culturais, tanto nas questões morais quanto éticas, temos um desafio como seguidores de Cristo, seguir sedo bíblicos e relevantes em nossa sociedade. Desfio esse que não tem sido fácil de enfrentar e superar, segundo Stott (2013, p.98), pois “os evangélicos são bíblicos, mas não são contemporâneos, enquanto os liberais são contemporâneos, mas não são bíblicos. Relativamente poucos estão construindo pontes. Porém, a pregação cristã autêntica é um trabalho de construir pontes. Ela relaciona o texto ao contexto de tal maneira que seja fiel ao texto bíblico e também sensível ao contexto moderno.”

O intuito desse pastoreio não é focar em um tema específico, mas, a partir de um exemplo – Gênero – provocar uma discussão saudável em que a bíblia e somente ela seja o peso fiel da balança em nossa compreensão em assuntos atuais.
A ideia central é que de modo geral os seres humanos parecem ter a tendência de buscarem satisfazer suas próprias vontades sem considerar o que a bíblia diz sobre cada um deles. Não podemos também afirmar que enquanto cristãos estamos isentos de falhas, erros e pecados, segundo o que a Escritura nos relata, entretanto, ainda que sejamos pecadores, somos também cristãos que sabem o que a palavra de Deus requer de cada um de nós, e não somente isso, mas também sabemos que temos em Jesus o perdão que nos mantem vivos a cada dia e nos limpa de nossos pecados pela fé no Filho de Deus.

Recorte >>> Decidindo pela Palavra de Deus

Em nosso país temos o direito de nos expressar, direito esse garantido pela Constituição Federal Brasileira, entretanto não precisamos ofender as pessoas, como cidadãos e cristãos devemos amar e respeitar o próximo seja ele quem for, independentemente da raça, credo, cor ou opção sexual, entretanto, não somos obrigados a aceitar os ensinamentos e modo de vida daqueles que não creem na bíblia como manual de regra, fé e conduta, podemos ter a nossa crença, pregar sobre ela e viver segundo o que cremos.

Podemos constatar que até mesmo escritores do meio secular, em defesa da ciência se posicionam contrários, por exemplo, a ideologia de gênero, Sax (2019, p.383), “quanto aos gêneros e ao significado disso: nossa cultura está indo na direção errada e as mudanças são provocadas não pela ciência, e sim pela ideologia.”

Como cristãos que vivem em um país democrático, podemos e devemos expor a nossa opinião, a pregação da palavra de Deus não pode ser interrompida, pelo receio de verbalizarmos o que cremos, afinal de contas não vivemos em um regime ditatorial.

Nos últimos anos no Brasil, o meio evangélico vem sendo agitado com posicionamentos de alguns líderes de igrejas, colocando a opinião acima das Escrituras, em alguns casos, alguns fiéis têm abandonado essas denominações cujos líderes enveredaram por ensinar e disseminar orientações que a bíblia não apoia, o que também demonstra que, não basta o líder sem empático, ou ainda, famoso no meio religioso, antes, porém, precisa ser bíblico, quando isso não muitos membros dessas igreja migram para outras cujo ensino bíblico é mantido.

O pecado continua sendo pecado, mesmo passados mais de dois mil anos após Jesus, a Igreja de Cristo não está alheia a cultura de sua época, entretanto ela não pode se render, tampouco se sujeitar as crenças e práticas condenadas pela palavra de Deus.

O apóstolo Paulo, escrevendo a igreja que estava na cidade de Corinto, faz uma lista dos pecados pelos quais os crentes deveriam fugir.

1 Coríntios 6.09-11 “Não percebem que esse não é o caminho de se viver? Os injustos, que não se preocupam com Deus, não farão parte de ser reino. Quem usa e abusa das pessoas, do sexo, da terra e de tudo que nela existe não se qualifica como cidadão do Reino de Deus. Estou falando de libertinagem heterossexual, devassidão homossexual, idolatria, ganância e vícios destruidores. Alguns de vocês, por experiência, sabem do que estou falando, pois, não faz muito tempo, vocês estavam nessa lista. Mas foram purificados e tiveram uma nova chance, oferecida por Jesus, nosso Senhor e Messias, e pelo Deus presente em nós, o Espírito.” (A Mensagem – Bíblia em Linguagem Contemporânea – Editora Vida).

Como cristãos precisamos considerar o que Deus diz em sua palavra, o que Ele espera de nós e nos esforçarmos para poder agradar ao Criador, mesmo sendo falhos, em Cristo temos toda a ajuda que precisamos para mudar a cada dia, segundo a vontade do Senhor. Não tem como a igreja de Cristo ser politicamente correta quando o que a sociedade quer está indo contra a palavra de Deus, por isso a igreja será odiada, perseguida, por amar a Deus, a Cristo e a sua palavra.

Entretanto, a igreja não pode deixar de se misturar com os que não conhecem a palavra de Deus, não podemos nos isolar em nossas bolhas, segundo Stott (2013, p.53), “o erro mais comum é a igreja ser estruturada para a santidade e não para a mundanidade, para a adoração e a comunhão e não para a missão.”
Lembremos do que está escrito em Êxodo 20.03-17, os dez mandamentos dados por Deus ao seu povo, são como uma bússola que em meio as dúvidas e desafios, nos diz o que fazer e o que não devemos fazer para agradar o coração do Criador e termos uma vida mais abundante.

Êxodo 20.03-17 (A Mensagem – Bíblia em Linguagem Contemporânea – Editora Vida).

vers. 03 Não tenham outros deuses além de mim.

vers. 04-06 Não tenham deuses esculpidos de nenhum tamanho ou forma nem aparência de coisa alguma, seja das que voam, seja das coisas que andam, seja de coisas que nadam. Não se curvem a elas nem as sirvam, pois eu sou o Eterno, o Deus de vocês, e sou um Deus ciumento, que pune os filhos pelos pecados dos pais até a terceira e quartas gerações dos que me odeiam. Mas sou leal a milhares que me amam e guardam meus mandamentos.

vers. 07 Não usem o nome do Eterno, o Deus de vocês, para xingamentos ou brincadeiras. O Eterno não irá tolerar o uso irreverente do seu nome.

vers. 08-11 Guardem o dia do sábado, para que sempre seja santo. Trabalhem seis dias e, nesse tempo, façam tudo que for necessário. Mas o sétimo dia é o sábado do Eterno, o Deus de vocês. Não realizem nenhuma espécie de trabalho, nem vocês, nem seu filho, nem sua filha, nem seu escravo, nem sua escrava, nem seus animais, nem mesmo o estrangeiro em visita à sua cidade. Porque, em seis dias, o Eterno fez o céu, a terra, o mar e tudo que neles há e descansou no sétimo dia. Portanto, o Eterno abençoou o dia de sábado e o separou como dia santo.

vers. 12 Honrem seu pai e sua mãe, para que tenham vida longa na terra que Deus, o Deus de vocês, está dando a vocês.

vers. 13 Não cometam homicídio.

vers. 14 Não cometam adultério.

vers. 15 Não roubem.

vers. 16 Não difamem o próximo.

vers. 17 Não cobicem a casa do próximo, nem sua esposa, seu escravo, sua escrava, seu boi ou jumento. Não ponham o coração em nada que pertença ao próximo.”

Recebemos do Criador mandamentos, esses mandamentos não são para a nossa morte, mas para a nossa vida, para nos dar uma vida abençoada e pacífica. No Novo Testamento Jesus foi questionado sobre qual era o mais importante mandamento, sua resposta foi:

Marcos 12.29-31 (A Mensagem – Bíblia em Linguagem Contemporânea – Editora Vida).

vers. 29-31 Jesus respondeu: “O primeiro em importância é o seguinte: ‘Ouça Israel: O Senhor seu Deus é Único. Ame o Senhor seu Deus com toda a paixão, toda fé, toda inteligência e todas as forças’. E o segundo é: ‘Ame o próximo como a você mesmo’. Não há nenhum outro mandamento que se compare a esses”.

Ninguém poderia resumir os dez mandamentos de forma mais completa como fez Jesus, por isso, temos aqui uma maneira prática de adorar a Deus e ter uma boa convivência com o nosso semelhante. Como igreja, precisamos nos esforçar para em meio a tantas adversidades, maldades e heresias, seguir tendo a bíblia como luz para os nossos caminhos, para as nossas vidas e para as dos outros.

Para Stott (2013), a igreja de Cristo precisa assumir o seu papel e as suas responsabilidades em uma sociedade que necessita de “sal” e “luz”, funções essas que a igreja deveria exercer, ensinando a palavra de Deus, exemplo para os fiéis e infiéis, praticando os mandamentos do Senhor e amando a todos indistintamente e anunciando as boas novas de Jesus a todas as pessoas.

Independentemente da área do saber, nenhum saber está acima da palavra de Deus, não existe sabedoria maior e mais perfeita que a do Criador, por isso, avalio que diante de tantas ideias e conselhos divorciados da bíblia, não podemos flertar com nenhum deles, pois colocamos em risco a nossa própria salvação e de outros que nos ouvem e nos observam.

Podemos parafrasear o que Pedro disse a Jesus (João 6.68), “para onde oremos nós, pois só Tú tens as palavras da vida eterna”, para onde nós os cristãos recorreremos se não para as Escrituras Sagradas, pois fora dela não existe segurança para as nossas vidas.

  

Ponto de contato >>>

A inerrância da Palavra de Deus

Argumentação > 

Começo afirmando que nenhum conhecimento, ciência ou personalidade, seja ela quem for, não estão acima da bíblia, todo e qualquer ensino contrário a palavra de Deus deve ser descartado. A bíblia não precisa ser reescrita, ainda que seja defensor que a estude de modo adequado, ou seja, não traduzindo ou dizendo o que ela não diz. Todo e qualquer discurso que tente diminuir, anular ou distorcer os ensinamentos de Deus não podem ser aceito pelos cristãos, antes, porém, refutadas.

Como já mencionamos nesse pastoreio e agora novamente, constamos essa verdade em, 2 Timóteo 3.14-17 “Mas não se permita intimidar por causa disso. Persevere no que você ouviu e aprendeu, certo da integridade dos meus mestres – afinal, você recebeu as Escrituras com o leite da sua mãe! Não há nada como a Palavra de Deus escrita para mostrar o caminho para a salvação por meio da fé em Cristo Jesus. Cada parte da Escritura é inspirada por Deus e útil de um modo ou de outro – para mostrar a verdade, denunciar nossa rebelião, corrigir nossos erros, ensinar como viver o caminho de Deus. Por meio da Palavra, somos unidos e moldados para as tarefas que Deus deseja nos incumbir.”

Consigo entender as pessoas que dizem não crer na bíblia como manual de fé e conduta para as suas vidas, até porque muitas delas de fato não professam a Cristo como o seu único Senhor. O que fica mais difícil de entender são cristãos que mesmo tendo recebido a instrução da palavra não conseguirem rejeitar as ideias e propostas que o mundo faz e que claramente são contra os princípios da palavra de Deus.

Precisamos nos manter firmes quanto as orientações bíblicas, mesmo que estas nos confrontem, pois o nosso estado, seja ele qual for, não mudará o que diz as Escrituras, por isso, acredito que enquanto a Igreja de Cristo for bíblica, ela terá respaldo de Cristo, mas se abandonar o compromisso com a palavra também o Senhor a desamparará.

Eu entendo que não podemos abrir mão ou negociar a palavra de Deus em detrimento de se manter uma “clientela” no templo, ou seja, pregar o que as pessoas querem ouvir, ou ainda, sendo politicamente corretos e assim dulcificando o pecado e sendo morosos quanto a repreensão e exortação, sempre confiando que o Eterno é quem edifica e mantém os seus filhos e filhas.

Como pregadores do evangelho, precisamos ter tanto o conhecimento adequado da palavra de Deus, bem como a vivenciar ou ter experiencias com o poder do Eterno em nossas vidas. Reforçando essa ideia, Stott (2013, p.106), citando a escrita de C.H. Spurgeon relata, “deve haver luz, bem como fogo. Alguns pregadores são cheios de luz e vazios de fogo, enquanto outros são cheios de fogo e vazios de luz. O que queremos é tanto fogo quanto luz.”

Os cristãos não estão seguindo um mero guru, não estão debaixo de uma escrita meramente humana, de uma ideologia, antes, porém, estão sendo guiados pela palavra cujo Deus Criador de todas as coisas inspirou (2 Timóteo 3.16) a homens para escrever os seus mandamentos, conselhos e orientações para que muitas pessoas sejam alcançadas para o seu reino.
Se tivermos que escolher entre as amizades e a palavra de Deus, certamente será muito mais prudente e frutífero se escolhermos a palavra de Deus, pois somente assim teremos a garantia real de que chegaremos ao final escrito nas Escrituras Sagradas.

Ainda que, não sejamos compreendidos por uma grande maioria, escolhamos ficar do lado de Deus, ainda que não sejamos mais convidados devido a nossa posição em escolher e viver a palavra do Senhor, certamente o Eterno não nos deixará órfãos, Ele honrará a nossa fé em sua palavra.

  

Para se pensar…

O que leva um cristão a ceder a doutrinas e práticas, que são condenadas pela bíblia? O que precisamos fazer para guardar a nossa mente dos ensinamentos que se opõem a palavra de Deus?

O cristianismo atual demonstra a mesma resiliência registrada historicamente pela Igreja Primitiva? Pela palavra e vontade de Deus, quantos de nós estamos dispostos a sofrer?

A Igreja de Cristo tem se posicionado ou permanecido em silêncio frente aos falsos mestres e seus ensinamentos distorcidos? É papel da Igreja ter uma postura apologética? O que podemos fazer para ser atualmente sal da terra e luz do mundo, sem nos deixar seduzir pelo relativismo moral e a pluralidade religiosa?

 

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2022 – O Ano da Decisão
uma igreja bíblica e relevante

Pastor Ronildo Queiroz
Serviçal da Igreja de Jesus Cristo

 

Referências

BAUMAN, Z. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Tradução: Carlos Alberto Medeiros. 1ª ed. – Rio de Janeiro: Zahar, 2021.
BAUMAN, Z. Modernidade Liquida. tradução: Plínio Dentzien. 1ª ed. – Rio de Janeiro: Zahar, 2021.
BUTLER, J. P. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 22ª ed. Judith Butler; tradução de Renato Aguiar. 22ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2022.
GONDIM, R. É proibido: o que a Bíblia permite e a igreja proíbe. São Paulo: Mundo Cristão, 1998.
LIDÓRIO, R. Sal e Luz: compreendendo, vivendo e praticando a missão. Revisão: Rita Leite. Belo Horizonte: Betânia, 2014.
MANNING, B. O evangelho maltrapilho. Traduzido por Paulo Purim. São Paulo: Mundo Cristão, 2005.
MCKENZIE, J.L Dicionário Bíblico. Tradução: Álvaro Cunha…et al.; revisão geral Honório Dalbosco. São Paulo: Paulus, 1983.
SALIH, S. Judith Butler e a Teoria Queer. tradução e notas Guacira Lopes Louro. 1 ed.; 7ª reimp. – Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2022.
SAX, L. Por que gênero importa? Leonard Sax; tradução de Paulo Polzonoff. – São Paulo: LVM Editora, 2019.
STOTT. J. A Igreja Autêntica. Tradução: Lucy Hiromi Kono Yamakami. 1 ed. Viçosa, MG. Editora Ultimato; São Paulo: ABU Editora, 2013.